Mundo

Ucrânia desliga maior usina nuclear da Europa para evitar desastre

Chefe militar da Ucrânia disse hoje que as tropas estão agora a apenas 50 quilômetros da fronteira com a Rússia

Ucrânia: o desligamento foi possível após a usina ter sido reconectada à rede elétrica do país (afp/AFP)

Ucrânia: o desligamento foi possível após a usina ter sido reconectada à rede elétrica do país (afp/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2022 às 11h11.

Última atualização em 12 de setembro de 2022 às 06h52.

Engenheiros da usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, a maior da Europa, desligaram neste domingo o último reator operacional da planta, na tentativa de evitar um desastre nuclear resultante de combates próximos ao local.

O desligamento foi possível após a usina ter sido reconectada à rede elétrica do país, segundo a empresa que opera a unidade, Energoatom. "A equipe da IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica, na sigla em inglês) presente da usina de Zaporizhzhia foi informada nesta manhã sobre estes novos desenvolvimentos, que foram confirmados pela Ucrânia", afirmou o órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) em comunicado.

A usina de Zaporizhzhia, que possui seis reatores, havia perdido sua fonte externa de energia há uma semana, depois de todas as linhas ligadas à unidade terem sido desconectadas em razão de bombardeios. A planta vinha operando em "modo ilha" por dias, com o único reator restante gerando eletricidade para sistemas de refrigeração.

A Energoatom destacou que ainda é alto o risco de o fornecimento de energia externa ser cortado novamente. Se isso ocorrer, a usina terá de acionar geradores de emergência à base de diesel para manter os reatores resfriados e evitar um colapso nuclear. Na quinta-feira, o chefe da empresa disse que a planta tem diesel apenas para dez dias. O diretor-geral da IAEA, Rafael Grossi, pediu a criação de uma "zona desmilitarizada" em torno da usina.

Avanço no leste Forças ucranianas lançaram uma contraofensiva neste domingo no leste do país, após terem retomado áreas até então ocupadas pelos russos na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. O conflito completa 200 dias neste domingo.

O chefe militar da Ucrânia, general Valerii Zaluzhnyy, disse hoje que forças ucranianas recuperaram o controle de cerca de 3 mil quilômetros quadrados desde o início de setembro e que as tropas estão agora a apenas 50 quilômetros da fronteira com a Rússia.

Após a retirada das tropas russas de Izyum e outras áreas próximas a Kharkiv, o Ministério da Defesa da Rússia disse no sábado que o recuo teve o objetivo de reforçar a presença russa na região vizinha de Donetsk, mais ao sul. Comentaristas nacionalistas russos, no entanto, lamentaram o movimento e instaram o Kremlin a intensificar os esforços de guerra.

Apesar da conquista recente das forças ucranianas, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na sexta-feira que a guerra provavelmente se arrastará por meses e que o conflito está entrando em um período crítico. Ele instou autoridades ocidentais e apoiadores da Ucrânia a manterem seu apoio.

Acompanhe tudo sobre:Energia nuclearEuropaGuerrasRússiaUcrâniaUsinas nucleares

Mais de Mundo

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei

Trump ameaça retomar o controle do Canal do Panamá

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo