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Ucrânia retira tropas da Crimeia sob controle russo

Em meio ao recuo ucraniano, o presidente Barack Obama prometeu que seu país e a União Europeia farão a Rússia pagar por esta anexação

Soldado ucraniano perto de uma bandeira na base A2904 na cidade de Bakhchisaray, na Crimeia: decisão foi depois de navais ucranianos serem capturados e seus comandantes levados de helicóptero (Thomas Peter/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2014 às 13h56.

A Ucrânia decidiu nesta segunda-feira retirar suas tropas da Crimeia, depois que as forças russas tomaram quase todas as bases desta península, incorporada na semana passada à Rússia , que corre o risco de ser excluída do G8.

Em meio ao recuo ucraniano, o presidente Barack Obama prometeu que seu país e a União Europeia farão a Rússia pagar por esta anexação.

Na Crimeia, o ministro russo da Defesa Serguei Choigu inspecionou nesta segunda-feira as instalações militares, no momento em que as grandes potências lideradas pelo presidente americano Barack Obama discutem novas sanções contra Moscou, incluindo a sua exclusão do G8, durante uma reunião de cúpula em Haia.

Durante esta madrugada, entre 60 e 80 fuzileiros navais ucranianos foram capturados e seus comandantes levados de helicóptero durante um ataque a uma unidade de infantaria da Marinha em Feodossia, segundo o ministério ucraniano da Defesa.

A base foi ocupada com blindados e helicópteros, e durante a operação foram ouvidos tiros. Ao fim da operação, que teve duração de duas horas, os soldados ucranianos foram retirados da base em três caminhões.

Os soldados foram autorizados a retornar às suas dependências. Alguns entre eles relataram à AFP que tiveram seus computadores e outros objetos de valor furtados.

Chutes na cara

No domingo, os militares levaram suas armas a um depósito para que fossem transportadas nesta segunda-feira, em conformidade com o acordado com os russos, e não esperavam um ataque.

"O comandante do batalhão, Dmytro Deliatnitski, e seu adjunto, Rostislav Lomtev, foram jogados no chão e receberam chutes na cara. Em seguida, eles foram colocados a bordo de um helicóptero em levados para um local desconhecido", afirmou o ministério ucraniano em um comunicado.


Vários militares ucranianos foram agredidos, segundo várias fontes.

De acordo com um porta-voz do ministério ucraniano da Defesa, os soldados não quiseram deixar suas posições enquanto seus chefes não fossem libertados.

O russos impusera como condição para a libertação dos militares detidos, "a saída forçada dos oficiais ucranianos da Crimeia para a Ucrânia".

Em Kiev, o presidente interino Olexandre Turtchinov indicou nesta segunda-feira que as tropas ucranianas na Crimeia seriam reposicionadas na Ucrânia continental.

Este anúncio marca uma mudança no posicionamento das autoridades ucranianas que chegaram a autorizar seus militares a atirar para defender suas bases na Crimeia.

Mas a decisão final coube aos comandantes locais, e, nos últimos dias, as forças russas e pró-russas tomaram sem confrontos quase todas as bases militares ucranianas na península.

O vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, declarou nesta segunda-feira que a Ucrânia não tem mais tropas leais no território.

"Todos os militares ucranianos da Crimeia passaram ao lado russo ou estão abandonando o território da república", disse Temirgaliev à imprensa em Simferopol, capital da Crimeia.

No oeste da península, o navio Konstantin Olchanski continuava ancorado no lago Donuzlav ainda com uma bandeira ucraniana, mas escoltado por uma pequena embarcação russa.

Duas bases foram tomadas no sábado pelas forças russas, em Novofedorivka e Belbek.

A Rússia pagará

Na frente internacional, o presidente americano Barack Obama advertiu que Washington e a Europa farão a Rússia pagar pela anexação da Crimeia, antes de uma reunião do G7 na Holanda que poderá decidir pela exclusão russa do clube das nações mais ricas do mundo.

"Europa e Estados Unidos estão unidos em seu apoio ao governo e ao povo da Ucrânia, e estão unidos para fazer a Rússia pagar pelo custo de suas ações neste país", declarou Obama à imprensa em Amsterdã depois de se reunir com Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês.

Por iniciativa de Obama, os líderes do G7 se reúnem na noite desta segunda-feira em Haia à margem de uma cúpula sobre segurança nuclear que prosseguirá na terça-feira, mas que corre o risco de ser ofuscada pelas discussões sobre a Ucrânia, que renunciou em 1994 a seu arsenal nuclear em troca de garantias de sua integridade territorial das parte dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia.

Com os últimos movimentos, Moscou concluiu nos últimos dias a tomada de controle da península da Crimeia, que integrou a Rússia até 1954. As autoridades ucranianas temam agora uma invasão iminente no leste de língua russa.

Segundo a Otan, Moscou mobilizou forças muito significativas perto da fronteira oriental da Ucrânia, e Kiev disse no domingo que teme uma invasão.

Outros países do antigo bloco comunista também se preocupam com a integridade de seus territórios.

O ministro russo das Relações Exteriores Sergueï Lavrov e o secretário de Estado americano John Kerry devem se reunir nesta segunda-feira à margem da reunião nuclear.

Trata-se do primeiro encontro desde que Washington impôs restrições financeiras a personalidades ligadas ao presidente russo Vladimir Putin em represália à anexação da Crimeia.

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A Ucrânia decidiu nesta segunda-feira retirar suas tropas da Crimeia, depois que as forças russas tomaram quase todas as bases desta península, incorporada na semana passada à Rússia , que corre o risco de ser excluída do G8.

Em meio ao recuo ucraniano, o presidente Barack Obama prometeu que seu país e a União Europeia farão a Rússia pagar por esta anexação.

Na Crimeia, o ministro russo da Defesa Serguei Choigu inspecionou nesta segunda-feira as instalações militares, no momento em que as grandes potências lideradas pelo presidente americano Barack Obama discutem novas sanções contra Moscou, incluindo a sua exclusão do G8, durante uma reunião de cúpula em Haia.

Durante esta madrugada, entre 60 e 80 fuzileiros navais ucranianos foram capturados e seus comandantes levados de helicóptero durante um ataque a uma unidade de infantaria da Marinha em Feodossia, segundo o ministério ucraniano da Defesa.

A base foi ocupada com blindados e helicópteros, e durante a operação foram ouvidos tiros. Ao fim da operação, que teve duração de duas horas, os soldados ucranianos foram retirados da base em três caminhões.

Os soldados foram autorizados a retornar às suas dependências. Alguns entre eles relataram à AFP que tiveram seus computadores e outros objetos de valor furtados.

Chutes na cara

No domingo, os militares levaram suas armas a um depósito para que fossem transportadas nesta segunda-feira, em conformidade com o acordado com os russos, e não esperavam um ataque.

"O comandante do batalhão, Dmytro Deliatnitski, e seu adjunto, Rostislav Lomtev, foram jogados no chão e receberam chutes na cara. Em seguida, eles foram colocados a bordo de um helicóptero em levados para um local desconhecido", afirmou o ministério ucraniano em um comunicado.


Vários militares ucranianos foram agredidos, segundo várias fontes.

De acordo com um porta-voz do ministério ucraniano da Defesa, os soldados não quiseram deixar suas posições enquanto seus chefes não fossem libertados.

O russos impusera como condição para a libertação dos militares detidos, "a saída forçada dos oficiais ucranianos da Crimeia para a Ucrânia".

Em Kiev, o presidente interino Olexandre Turtchinov indicou nesta segunda-feira que as tropas ucranianas na Crimeia seriam reposicionadas na Ucrânia continental.

Este anúncio marca uma mudança no posicionamento das autoridades ucranianas que chegaram a autorizar seus militares a atirar para defender suas bases na Crimeia.

Mas a decisão final coube aos comandantes locais, e, nos últimos dias, as forças russas e pró-russas tomaram sem confrontos quase todas as bases militares ucranianas na península.

O vice-primeiro-ministro da Crimeia, Rustam Temirgaliev, declarou nesta segunda-feira que a Ucrânia não tem mais tropas leais no território.

"Todos os militares ucranianos da Crimeia passaram ao lado russo ou estão abandonando o território da república", disse Temirgaliev à imprensa em Simferopol, capital da Crimeia.

No oeste da península, o navio Konstantin Olchanski continuava ancorado no lago Donuzlav ainda com uma bandeira ucraniana, mas escoltado por uma pequena embarcação russa.

Duas bases foram tomadas no sábado pelas forças russas, em Novofedorivka e Belbek.

A Rússia pagará

Na frente internacional, o presidente americano Barack Obama advertiu que Washington e a Europa farão a Rússia pagar pela anexação da Crimeia, antes de uma reunião do G7 na Holanda que poderá decidir pela exclusão russa do clube das nações mais ricas do mundo.

"Europa e Estados Unidos estão unidos em seu apoio ao governo e ao povo da Ucrânia, e estão unidos para fazer a Rússia pagar pelo custo de suas ações neste país", declarou Obama à imprensa em Amsterdã depois de se reunir com Mark Rutte, o primeiro-ministro holandês.

Por iniciativa de Obama, os líderes do G7 se reúnem na noite desta segunda-feira em Haia à margem de uma cúpula sobre segurança nuclear que prosseguirá na terça-feira, mas que corre o risco de ser ofuscada pelas discussões sobre a Ucrânia, que renunciou em 1994 a seu arsenal nuclear em troca de garantias de sua integridade territorial das parte dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Rússia.

Com os últimos movimentos, Moscou concluiu nos últimos dias a tomada de controle da península da Crimeia, que integrou a Rússia até 1954. As autoridades ucranianas temam agora uma invasão iminente no leste de língua russa.

Segundo a Otan, Moscou mobilizou forças muito significativas perto da fronteira oriental da Ucrânia, e Kiev disse no domingo que teme uma invasão.

Outros países do antigo bloco comunista também se preocupam com a integridade de seus territórios.

O ministro russo das Relações Exteriores Sergueï Lavrov e o secretário de Estado americano John Kerry devem se reunir nesta segunda-feira à margem da reunião nuclear.

Trata-se do primeiro encontro desde que Washington impôs restrições financeiras a personalidades ligadas ao presidente russo Vladimir Putin em represália à anexação da Crimeia.

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