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Ucrânia lembra aniversário da morte de manifestantes em Kiev

Em 18 de fevereiro 2014, as forças de ordem lançaram um ataque contra os manifestantes pró-ocidentais que ocupavam a Praça da Independência de Kiev

Lembrança em Kiev: em 2014, confrontos entre polícia e manifestantes deixaram mais de 100 mortos (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 18h18.

Milhares de pessoas depositaram, nesta sexta-feira, flores nos memoriais da Praça da Independência (Maidan) de Kiev, onde há um ano dezenas de pessoas morreram no último episódio de um dramático levante.

Alguns choravam, enquanto outros passavam em silêncio diante dos retratos de alguns dos 100 manifestantes pró-ocidentais que morreram nos protestos que levaram à renúncia do presidente pró-russo Viktor Yanukovitch, que havia sido eleito em 2010.

Padres católicos realizaram uma cerimônia em homenagem aos mortos de Maidan, enquanto uma centena de pessoas cantaram canções patrióticas em torno de um monumento às vítimas.

"Eu vim porque estava aqui quando tudo isso aconteceu", declarou Yaroslav Zelenko, um comerciante local, à AFP.

"Recordo-me tão bem", acrescentou, emocionado.

Zelenko lamentou o fato de nenhuma autoridade ter sido processada pelo tiroteio que matou os manifestantes. Apenas dois policiais de baixa patente esperam para serem julgados.

Em 18 de fevereiro de 2014, as forças de ordem lançaram um ataque contra os manifestantes pró-ocidentais que ocupavam a Praça da Independência de Kiev há três meses.

Os confrontos entre a polícia e os manifestantes deixaram mais de 100 mortos em três dias.

Após a fuga para a Rússia de Yanukovytch, os ucranianos elegeram em 25 de maio do ano passado como chefe de Estado o bilionário pró-ocidental Petro Poroshenko.

"Passou um ano e a impunidade continua. Ninguém foi punido e as provas estão desaparecendo ou foram destruídas", acrescentou Zelenko.

Parentes de alguns dos mortos nos protestos organizaram uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, na qual lembraram de seus entes queridos.

"A Ucrânia era o mais importante para ele", disse Volodymyr Bondarshuk, referindo-se a seu pai.

"Por isso, é importante que seu sacrifício não seja em vão. O sangue dele e de outras pessoas nos deu a possibilidade de mudar este país", acrescentou.

Nesta sexta estão previstas cerimônias oficiais. Os sinos da igreja soarão e haverá um minuto de silêncio. A Orquestra Nacional da Ucrânia vai tocar o Réquiem de Mozart.

Além disso, Poroshenko pretende discursar em Maidan.

Em novembro passado, para marcar o primeiro ano do início das manifestações em Maidan, Poroshenko foi vaiado quando depositava uma coroa de flores em homenagem aos mortos.

Os manifestantes recriminavam Poroshenko pelo fato de os responsáveis ​​pelas mortes não terem sido julgados.

Enquanto isso, nesta sexta, as pessoas continuavam a chegar à praça, um ano após o incidente.

"Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu, ainda parece um sonho", disse Valentina Polieshuk, segurando uma rosa amarela.

Em um ano, a Rússia anexou a seu território a península ucraniana da Crimeia e uma guerra estourou entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos no leste do país.

"Nós não esperamos nada disso, que a Rússia, a nossa nação irmã, fosse se voltar contra nós", disse Polieshuk.

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Milhares de pessoas depositaram, nesta sexta-feira, flores nos memoriais da Praça da Independência (Maidan) de Kiev, onde há um ano dezenas de pessoas morreram no último episódio de um dramático levante.

Alguns choravam, enquanto outros passavam em silêncio diante dos retratos de alguns dos 100 manifestantes pró-ocidentais que morreram nos protestos que levaram à renúncia do presidente pró-russo Viktor Yanukovitch, que havia sido eleito em 2010.

Padres católicos realizaram uma cerimônia em homenagem aos mortos de Maidan, enquanto uma centena de pessoas cantaram canções patrióticas em torno de um monumento às vítimas.

"Eu vim porque estava aqui quando tudo isso aconteceu", declarou Yaroslav Zelenko, um comerciante local, à AFP.

"Recordo-me tão bem", acrescentou, emocionado.

Zelenko lamentou o fato de nenhuma autoridade ter sido processada pelo tiroteio que matou os manifestantes. Apenas dois policiais de baixa patente esperam para serem julgados.

Em 18 de fevereiro de 2014, as forças de ordem lançaram um ataque contra os manifestantes pró-ocidentais que ocupavam a Praça da Independência de Kiev há três meses.

Os confrontos entre a polícia e os manifestantes deixaram mais de 100 mortos em três dias.

Após a fuga para a Rússia de Yanukovytch, os ucranianos elegeram em 25 de maio do ano passado como chefe de Estado o bilionário pró-ocidental Petro Poroshenko.

"Passou um ano e a impunidade continua. Ninguém foi punido e as provas estão desaparecendo ou foram destruídas", acrescentou Zelenko.

Parentes de alguns dos mortos nos protestos organizaram uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, na qual lembraram de seus entes queridos.

"A Ucrânia era o mais importante para ele", disse Volodymyr Bondarshuk, referindo-se a seu pai.

"Por isso, é importante que seu sacrifício não seja em vão. O sangue dele e de outras pessoas nos deu a possibilidade de mudar este país", acrescentou.

Nesta sexta estão previstas cerimônias oficiais. Os sinos da igreja soarão e haverá um minuto de silêncio. A Orquestra Nacional da Ucrânia vai tocar o Réquiem de Mozart.

Além disso, Poroshenko pretende discursar em Maidan.

Em novembro passado, para marcar o primeiro ano do início das manifestações em Maidan, Poroshenko foi vaiado quando depositava uma coroa de flores em homenagem aos mortos.

Os manifestantes recriminavam Poroshenko pelo fato de os responsáveis ​​pelas mortes não terem sido julgados.

Enquanto isso, nesta sexta, as pessoas continuavam a chegar à praça, um ano após o incidente.

"Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu, ainda parece um sonho", disse Valentina Polieshuk, segurando uma rosa amarela.

Em um ano, a Rússia anexou a seu território a península ucraniana da Crimeia e uma guerra estourou entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos no leste do país.

"Nós não esperamos nada disso, que a Rússia, a nossa nação irmã, fosse se voltar contra nós", disse Polieshuk.

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