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Ucrânia lança mísseis britânicos de longo alcance contra Rússia

Ação aconteceu na quarta-feira, 20, após Kiev receber autorização de Londres

A Ucrânia disparou mísseis Storm Shadow fornecidos pelo Reino Unido contra a Rússia pela primeira vez, informou a mídia britânica em 20 de novembro de 2024, após receber sinal verde de Londres (BEN STANSALL/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 21 de novembro de 2024 às 07h47.

Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 07h58.

A Ucrânia usou mísseis britânicos de longo alcance contra o território russo com autorização de Londres, asseguraram, nesta quarta-feira. 20, veículos de comunicação locais, no dia seguinte ao disparo de mísseis americanos, em uma escalada que China e vários países latino-americanos pediram para frear.

A Ucrânia reivindicava há tempos autorização para usar estas armas recebidas, mas seus aliados ocidentais temiam a reação de Moscou, que advertiu que isto representaria ultrapassar uma linha vermelha.

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Vários mísseis Storm Shadow, com alcance superior a 250 km, foram disparados contra pelo menos um alvo militar russo, reportou o jornal Financial Times, citando três fontes anônimas, entre elas o funcionário de um governo ocidental informado sobre o ataque.

Segundo o periódico The Guardian, o governo britânico deu luz verde para o uso destes mísseis contra o território russo, em resposta ao destacamento de tropas norte-coreanas para ajudar o exército russo.

Nem Kiev, nem Londres confirmaram esta informação.

Na terça-feira, a Ucrânia já tinha usado pela primeira vez mísseis balísticos americanos ATACMS com alcance de 300 km contra alvos dentro da Rússia, que prometeu responder "de acordo".

Vários países ocidentais forneceram mísseis de longo alcance à Ucrânia, mas não tinham autorizado seu uso em solo russo.

O presidente americano, Joe Biden, finalmente deu seu aval para que sejam usados contra alvos dentro da Rússia, anunciou Washington no domingo. O presidente democrata passará em janeiro o comando do país ao magnata republicano Donald Trump, muito menos inclinado a ajudar financeiramente a Ucrânia.

Minas antipessoais

Nos últimos dias, a Rússia reforçou suas advertências à Ucrânia e às potências ocidentais, em resposta à decisão dos Estados Unidos sobre os mísseis de longo alcance.

Além desta autorização, Washington anunciou, nesta quarta, a intenção de fornecer à Ucrânia minas antipessoais, um dispositivo muito criticado pelo número de vítimas civis que causa, inclusive muito após o fim dos conflitos.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, assegurou que estas minas são "muito importantes" para frear as tropas russas, que seguem avançando no leste e reivindicaram a tomada de uma localidade perto da cidade de Kurajove.

Segundo os Estados Unidos, as minas fornecidas serão "não persistentes", isto é, estarão equipadas com um dispositivo de autodestruição ou auto-desativação.

A Campanha Internacional para a Proibição das Minas Antipessoais (ICBL) - ganhadora do Nobel da Paz em 1997 - criticou esta decisão "terrível" dos Estados Unidos e urgiu a Ucrânia a não aceitar este tipo de armamento.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denunciou que os Estados Unidos querem "prolongar a guerra na Ucrânia e estão fazendo tudo o possível para consegui-lo".

Solução política

A Rússia também voltou a fazer advertências nos últimos dias, ao mesmo tempo em que acusou as potências ocidentais de "quererem uma escalada".

Segundo o decreto assinado na terça-feira, a Rússia pode agora recorrer a armas nucleares contra um país que não disponha deste armamento, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência nuclear, como os Estados Unidos.

Esta mudança "descarta de fato a possibilidade de derrotar as forças armadas russas no campo de batalha", ressaltou, nesta quarta, o chefe da inteligência externa russa, Serguei Narishkin, sugerindo que a Rússia recorreria à bomba atômica antes de correr o risco de ser derrotada em uma guerra convencional.

Washington, Paris, Londres e União Europeia denunciaram uma atitude "irresponsável". A Ucrânia instou seus aliados a "não cederem ao medo".

Em visita de Estado ao Brasil, o presidente chinês, Xi Jinping, pediu "mais vozes comprometidas com a paz" para buscar uma "solução política" para a guerra na Ucrânia, segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua.

"Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brasil, Chile, Colômbia e México urgiram, em um comunicado conjunto, que se evite uma "escalada da corrida armamentista" e que se "agrave" o conflito.

Fechamento de embaixadas

A Ucrânia criticou, nesta quarta-feira, seus aliados ocidentais pelo fechamento temporário de suas embaixadas em Kiev diante do temor de um bombardeio russo maciço, ressaltando que a ameaça é "uma realidade cotidiana" desde o início da invasão russa ao país, em fevereiro de 2022.

As embaixadas de Estados Unidos, Espanha, Itália, Hungria e Grécia anunciaram o fechamento de suas representações ao longo do dia.

A delegação dos Estados Unidos assinalou em seu site na internet que "recebeu informação específica sobre um possível ataque aéreo significativo em 20 de novembro".

Volodimir Zelensky informou que difundir este tipo de informação só "ajuda a Rússia", afirmando que a ameaça segue a mesma.

A inteligência militar ucraniana (GUR) afirmou que a Rússia está fazendo uma guerra "psicológica", com mensagens falsas que circulam nas redes sociais sobre bombardeios iminentes.

Alertas antiaéreos soaram várias vezes na capital durante a noite e o dia, mas não foram reportadas vítimas.

No entanto, um bombardeio russo contra um povoado do leste da Ucrânia, perto de Kramatorsk, matou um menino de 11 anos e feriu sua irmã e seu avô, segundo o Ministério Público regional.

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