Ucrânia: o país quer entrar na Otan (Alexey Furman/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2023 às 12h08.
Última atualização em 10 de julho de 2023 às 13h15.
A candidatura da Ucrânia para fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) será um dos tópicos da cúpula que acontece nesta terça, 11, e quarta-feira, 12, na Lituânia.
A seguir estão as principais fases da relação entre Kiev e a Aliança Atlântica.
Desde sua independência no final de 1991, após o fim da União Soviética, a Ucrânia aderiu em fevereiro de 1994 à Parceria para a Paz, um programa da Otan que oferece colaboração militar aos países do antigo bloco do leste.
O país renunciou ao seu status nuclear em dezembro de 1994, após assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Em troca, os Estados Unidos, a Rússia e o Reino Unido ofereceram garantias de segurança, incluindo o respeito por sua integridade territorial.
Em 9 de julho de 1997, a Ucrânia e a Otan fortaleceram suas relações com uma "carta de parceria específica", que prevê maior colaboração técnica e militar.
A Ucrânia anunciou, em maio de 2002, que estava iniciando um processo "histórico" para ingressar na Otan, que exigiria paciência e reformas contínuas.
Mesmo sem bater de frente, o presidente russo, Vladimir Putin, reiterou sua hostilidade à expansão da Aliança para o leste.
Desde 1999, três antigos satélites da URSS — Polônia, Hungria e República Tcheca — se juntaram à Otan. Em 2004, mais sete Estados integraram a Aliança.
Os líderes dos países da Otan rejeitaram, em abril de 2008, na cúpula de Bucareste (Hungria), a Ucrânia e a Geórgia como candidatos oficiais, apesar do "forte apoio" do então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.
No entanto, a organização se comprometeu no longo prazo em receber os dois países.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, classificou a anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia como "ilegal e ilegítima" em 18 de março de 2014, alertando que "os aliados da Otan não a reconhecerão".
A Otan reforçou sua cooperação com a Ucrânia perante a "mais grave ameaça à segurança e estabilidade da Europa desde o final da guerra fria".
Em meados de 2014, Kiev relançou o processo de adesão — interrompido em 2010 pelo então governo pró-Rússia — considerado inaceitável por Moscou.
Rasmussen deixou a porta aberta, mas sem um cronograma definido.
Após a ofensiva russa em fevereiro de 2022, o governo ucraniano pediu "assistência militar sem restrições" dos países da Otan, que enviaram armas e munições.
Em 30 de setembro, depois da Rússia reivindicar a anexação de quatro regiões da Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu um processo "acelerado" de adesão à Otan.
Zelensky admitiu, em maio de 2023, que esta etapa é "impossível" antes do final do conflito, mas pede um "sinal positivo" para se unir à Aliança posteriormente.
No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi inflexível sobre sua rejeição à adesão da Ucrânia: "Estaríamos em guerra com a Rússia, se fosse o caso".