Mundo

Ucrânia considera independência da Crimeia ilegítima

O embaixador da Ucrânia na ONU considerou que a recente declaração de independência da Crimeia é ilegítima


	Forças de segurança da Crimeia em frente ao parlamento: Conselho Superior da Crimeia reiterou também sua intenção de ser incorporada à Rússia
 (David Mdzinarishvili/Reuters)

Forças de segurança da Crimeia em frente ao parlamento: Conselho Superior da Crimeia reiterou também sua intenção de ser incorporada à Rússia (David Mdzinarishvili/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 09h34.

Genebra - O embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, Yurii Klymenko, considerou nesta terça-feira que a recente declaração de independência da Crimeia é "ilegítima" pois a autoridade que determinou a separação, o Conselho Superior (Parlamento regional), é "totalmente ilegítima".

"As autoridades da Crimeia são ilegítimas, porque foram escolhidas em violação dos procedimentos existentes e em violação de todas as leis da Ucrânia, em violação da Constituição. Os líderes da Crimeia são ilegítimos, os legisladores são ilegítimos, e se o corpo legislativo é ilegítimo, as resoluções que tome são, obviamente, ilegítimas", afirmou Klymenko em declarações à Agência Efe.

Ao aprovar a declaração de independência, o Conselho Superior da Crimeia reiterou também sua intenção de ser incorporada à Rússia.

No domingo, será realizado um referendo na região autônoma para perguntar aos cidadãos locais se desejam se anexar à Rússia. A consulta foi declarada ilegal pelo governo da Ucrânia.

"Não reconhecemos o referendo porque é inconstitucional e ilegítimo. Porque contradiz a atual legislação ucraniana. A decisão de mudar o território só poderia ser o resultado de um referendo em toda Ucrânia, de um referendo nacional", afirmou Klymenko.

"Além disso, como se pode realizar um referendo justamente quando as tropas russas estão desdobradas e armadas? Quem vai votar livremente com um fuzil apontando para a cabeça?", perguntou o embaixador.


Klymenko também se referiu à Conferência de Desarmamento, o fórum das Nações Unidas que tem por objetivo reduzir o arsenal militar internacional, e disse que tinha convocado seus membros para denunciar que a Rússia violou o Memorando de Budapeste.

"O que ocorre agora é um exemplo de como um país está violando os próprios tratados que assina e um exemplo de como se está erodindo o regime de não-proliferação armamentista".

O Memorando de Budapeste, assinado na capital da Hungria em 1994 e referendado por vários países, incluídos Estados Unidos, Reino Unido e Rússia, estabeleceu a independência ucraniana.

O texto ressalta o compromisso de vários países com a segurança, a soberania e integridade territorial da Ucrânia após sua renúncia às armas nucleares instaladas em seu território na época da antiga União Soviética.

O embaixador ucraniano lembrou mais uma vez que a Rússia violou a independência e a soberania da Ucrânia e solicitou a toda a comunidade internacional que ajudem a convencer o Kremlin a mudar sua postura. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Sobe para cinco o número de mortos em ataque a Mercado de Natal na Alemanha

Volkswagen fecha acordo com sindicatos para cortar 35 mil postos de trabalho na Alemanha

Pandemia traz lições de como lidar com tarifas de Trump, diz professor de inovação no IMD

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento