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Tymoshenko se nega de novo a comparecer a próprio julgamento

O julgamento já foi adiado em seis ocasiões pelo mesmo motivo: a saúde da ex-primeira-ministra ucraniana


	Tymoshenko: no novo processo, ela é acusada por desvio e evasão de impostos
 (Andreas Rentz/Getty Images)

Tymoshenko: no novo processo, ela é acusada por desvio e evasão de impostos (Andreas Rentz/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2012 às 13h38.

Kiev - A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, presa desde agosto do ano passado, se negou novamente nesta segunda-feira a comparecer ao tribunal em seu segundo julgamento aberto, desta vez por desvio e evasão de impostos.

"Em sua declaração, a condenada alega recomendações médicas, que aconselharam que a ex-primeira ministra se abstivesse durante certo tempo de tomar parte em atividades processuais", informou o Serviço Penitenciário Estatal da Ucrânia (SPE) em comunicado.

O SPE acrescenta que Tymoshenko está convalescendo em uma clínica da cidade de Kharkov, e que os médicos também recomendaram "limitar o número de visitas e reuniões a fim de conseguir resultados positivos com sua reabilitação".

O tribunal de Kiev já recebeu a notificação sobre a recusa da líder opositora ucraniana em estar presente nesta terça-feira ao reatamento do julgamento, que já foi adiado em seis ocasiões pelo mesmo motivo: a saúde de Tymoshenko.

No final de julho os médicos alemães que a examinaram recomendaram que Tymoshenko permanecesse em repouso durante, pelo menos, oito semanas para completar o tratamento de sua hérnia de disco.

"Pedimos que situações de estresse que possam piorar os resultados do tratamento sejam evitadas", disse Max Einhaupl, especialista do hospital universitário Charité de Berlim.


Neste segundo processo judicial, Tymoshenko é acusada de endossar ao Estado ucraniano uma dívida contraída pela corporação Sistemas Energéticos Unidos da Ucrânia (SEUU) perante o Ministério russo de Defesa no valor de US$ 405,5 milhões.

Segundo a acusação, Tymoshenko desviou fundos públicos em conivência com o então primeiro-ministro da Ucrânia, Pável Lazarenko, entre 1997 e 1998, ao que se soma a evasão de impostos.

De acordo com as autoridades, Tymoshenko, que foi condenada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder, poderia ser sentenciada a até 12 anos de prisão caso seja declarada culpada.

O segundo julgamento contra Tymoshenko pode não ser o último, já que a Promotoria adiantou que em setembro acusará formalmente a opositora de cumplicidade em assassinato. O número dois da acusação, Renat Kuzmin, garantiu à imprensa russa que tem provas que a ex-primeira-ministra está envolvida no assassinato do empresário Yevgueni Sherban, morto em 1996.

Além disso, na semana passada a Comissão Eleitoral Central da Ucrânia negou a Tymoshenko o direito a concorrer nas eleições parlamentares de outubro. A líder da Revolução Laranja, em prisão há mais de um ano, tinha sido designada em 30 de julho como número um da lista por seu partido, Batkivschina.

A oposição unificada ucraniana confiava no potencial eleitoral de Tymoshenko para derrotar o Partido das Regiões, do presidente Viktor Yanukovich. 

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