Mulheres tunisianas: na segunda, a Assembléia já havia aprovado um outro artigo que introduzia pela primeira vez no país igualdade sem discriminação (Fethi Belaid/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 13h04.
Túnis - A Assembléia Constituinte da Tunísia aprovou hoje, 9, um artigo da futura Constituição do país que introduz o princípio da paridade entre homens e mulheres. "O Estado introduz a paridade entre homens e mulheres nas assembléias eleitas", diz o artigo 45.
Na última segunda-feira, 6, a Assembléia já havia aprovado um outro artigo, o número 20, que introduzia pela primeira vez no país igualdade "sem nenhuma discriminação" entre cidadãos e cidadãs perante a lei.
"Todos os cidadãos e cidadãs têm os mesmos direitos e deveres perante a lei sem nenhuma discriminação", diz o artigo, fruto de um compromisso entre os islâmicos do Ennahda, que estão no governo, e a oposição laica.
Hoje, o primeiro-ministro da Tunísia, Ali Larayedh, anunciou que apresentará oficialmente sua renúncia ao presidente, Moncef Marzouki, segundo acordo negociado entre o governo e oposição em meados de dezembro.
O objetivo é colocar um fim na crise que está atrapalhando a transição democrática no país.
"Entregarei ao presidente durante a tarde a minha demissão do governo", declarou o premiê na TV nacional.
Em agosto de 2013, o partido islâmico tunisiano Ennahda aceitou a renúncia do governo de coalizão que lidera.
O país passava por crise política na ocasião e o partido havia declarado que não apresentaria as demissões até que "o dialogo nacional não gere uma escolha consensual que garanta a transição democrática e a organização de eleições livres e transparentes".
Há três anos, um levante popular o ditador Zine Abidine Ben Ali, que governava o país por 23 anos, o tirou do poder e foi o estopim para a chamada Primavera Árabe. Agora, o país está próximo de restabelecer a democracia.
Os parlamentares da Tunísia têm até o dia 14 de janeiro todos os artigos rascunhados da nova Constituição.