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Tufão inspira discursos na Conferência do Clima

19ª Conferência do Clima da ONU começou em Varsóvia com discursos emocionados

Navio carregado para a terra por tufão: tufão Hayan levou o principal negociador filipino, Yeb Sano, às lágrimas na sessão de abertura da COP (Romeo Ranoco/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 08h00.

Varsóvia - A 19.ª Conferência do Clima da ONU (COP), em Varsóvia, na Polônia, começou nesta segunda-feira, 11, com discursos emocionados, que fizeram a maior parte das delegações se manifestar com preocupação sobre sinais de que mudanças climáticas já acontecem. Mas sem nenhum indicativo mais concreto de que ações mais impactantes serão tomadas.

O tufão Hayan levou o principal negociador filipino, Yeb Sano, às lágrimas na sessão de abertura da COP. Sano lembrou que ficou dois dias tentando saber notícias da família e afirmou que até o momento, o irmão dele, que estaria sem comida, ajudava a empilhar corpos. O poder devastador do tufão não tem precedentes na história, mas as Filipinas já sofrem há anos com eventos climáticos extremos. Em 2012, nessa mesma época, também houve um furacão na região, e Sano tentou apelar para o compromisso moral de todas as nações com o que acontece.

Nesta segunda-feira, ao pedir por metas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito-estufa, assim como por financiamento para medidas de adaptação e de compensação para os países que já sofrem com as mudanças climáticas, ele declarou que faria jejum ao longo de toda a conferência, em homenagem às vítimas, mas também para pressionar por mais ações. Muito emocionado, desafiou aqueles que não acreditam na realidade da mudança climática, que visitem as Filipinas neste momento. Após a fala de Sano, houve aplausos e três minutos de silêncio em homenagem aos filipinos.

O discurso ecoou. O embaixador brasileiro José Antônio Marcondes de Carvalho, que lidera o time de negociadores do País, afirmou que todos ficaram tocados pelo que aconteceu. "É uma importante lembrança para todos os países agirem, imediatamente, e cortarem suas emissões. E se comprometerem com adaptação e meios de implementação", disse.

Perdas e danos

A expectativa de negociadores dos países em desenvolvimento é que as tragédias possam impulsionar as discussões em torno de um mecanismo de "loss and damage", algo como pagar uma compensação para aqueles que já sofrem perdas e danos. Essa ideia foi acertada em linhas gerais na COP passada, mas, apesar do apelo, outros diplomatas afirmam acreditar que isso só ficará para 2015, quando todos os países têm de chegar a um novo acordo climático global que seja válido para todas as nações e entre em vigor em 2020. Também nos bastidores, é possível ouvir que, apesar dos discursos emocionados, a trágica passagem do tufão não deve ter um efeito realmente prático na negociação.

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Varsóvia - A 19.ª Conferência do Clima da ONU (COP), em Varsóvia, na Polônia, começou nesta segunda-feira, 11, com discursos emocionados, que fizeram a maior parte das delegações se manifestar com preocupação sobre sinais de que mudanças climáticas já acontecem. Mas sem nenhum indicativo mais concreto de que ações mais impactantes serão tomadas.

O tufão Hayan levou o principal negociador filipino, Yeb Sano, às lágrimas na sessão de abertura da COP. Sano lembrou que ficou dois dias tentando saber notícias da família e afirmou que até o momento, o irmão dele, que estaria sem comida, ajudava a empilhar corpos. O poder devastador do tufão não tem precedentes na história, mas as Filipinas já sofrem há anos com eventos climáticos extremos. Em 2012, nessa mesma época, também houve um furacão na região, e Sano tentou apelar para o compromisso moral de todas as nações com o que acontece.

Nesta segunda-feira, ao pedir por metas mais ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito-estufa, assim como por financiamento para medidas de adaptação e de compensação para os países que já sofrem com as mudanças climáticas, ele declarou que faria jejum ao longo de toda a conferência, em homenagem às vítimas, mas também para pressionar por mais ações. Muito emocionado, desafiou aqueles que não acreditam na realidade da mudança climática, que visitem as Filipinas neste momento. Após a fala de Sano, houve aplausos e três minutos de silêncio em homenagem aos filipinos.

O discurso ecoou. O embaixador brasileiro José Antônio Marcondes de Carvalho, que lidera o time de negociadores do País, afirmou que todos ficaram tocados pelo que aconteceu. "É uma importante lembrança para todos os países agirem, imediatamente, e cortarem suas emissões. E se comprometerem com adaptação e meios de implementação", disse.

Perdas e danos

A expectativa de negociadores dos países em desenvolvimento é que as tragédias possam impulsionar as discussões em torno de um mecanismo de "loss and damage", algo como pagar uma compensação para aqueles que já sofrem perdas e danos. Essa ideia foi acertada em linhas gerais na COP passada, mas, apesar do apelo, outros diplomatas afirmam acreditar que isso só ficará para 2015, quando todos os países têm de chegar a um novo acordo climático global que seja válido para todas as nações e entre em vigor em 2020. Também nos bastidores, é possível ouvir que, apesar dos discursos emocionados, a trágica passagem do tufão não deve ter um efeito realmente prático na negociação.

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