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Trump volta atrás em plano de aumentar idade para compra de armas

Trump, qu recebeu apoio da Associação Nacional do Rifle, prometeu que tomaria medidas para acabar com os tiroteios nas escolas depois do ataque na Flórida

Trump: "Nos limites de idade de 18 a 21 anos, estamos atentos aos casos nos tribunais e às suas sentenças antes de atuar" (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: "Nos limites de idade de 18 a 21 anos, estamos atentos aos casos nos tribunais e às suas sentenças antes de atuar" (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de março de 2018 às 19h03.

Washington- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou atrás nesta segunda-feira em sua proposta de subir de 18 a 21 anos a idade legal para comprar algumas armas, no que representa uma concessão ao poderoso grupo de lobby armamentista da Associação Nacional do Rifle (NRA).

O presidente americano insistiu hoje no Twitter em seu plano para armar professores e considerou que a capacidade de aumentar a idade legal para comprar armas está nas mãos dos 50 estados do país, e não do governo federal, devido ao pouco apoio político que essa medida ganhou no Congresso.

Sob a lei federal dos EUA, a idade mínima para comprar uma arma de fogo são 21 anos se for uma pistola e 18 se for um rifle, embora alguns vendedores sem licença as vendam a pessoas mais jovens.

O estado da Flórida, que sofreu em fevereiro um terrível tiroteio em uma escola, aprovou na semana passada uma lei para subir de 18 a 21 anos a idade mínima para comprar armas e, em resposta, a NRA apresentou um processo, no qual acusa o estado de violar o direito constitucional a possuir e portar armas.

"Nos limites de idade de 18 a 21 anos, estamos atentos aos casos nos tribunais e às suas sentenças antes de atuar. Os estados estão tomando esta decisão. As coisas estão se movimentando rapidamente nisto, mas não há muito apoio político (para dizer suavemente)", escreveu Trump na rede social.

Trump, que durante a campanha presidencial de 2016 recebeu o apoio da Associação Nacional do Rifle, prometeu que tomaria medidas para acabar com os tiroteios nas escolas depois que no último dia 14 de fevereiro Nikolas Cruz, de 19 anos, matou 17 pessoas em uma escola em Parkland, na Flórida.

Em resposta a esse tiroteio, a Casa Branca revelou ontem seu plano para reforçar a segurança nas escolas, que inclui treinamento para armar alguns professores e a melhoria do sistema de antecedentes penais, mas evita proibir a compra de determinadas armas até os 21 anos.

Concretamente, segundo esse plano, o Executivo começará a trabalhar com os estados para dar um "treinamento rigoroso sobre o uso de armas" aos professores e a demais funcionários das escolas que se ofereçam como voluntários, segundo disseram representantes do governo em uma conversa telefônica com a imprensa.

Essa medida de armar os professores foi formulada por Trump pouco depois do tiroteio em Parkland e conta com o apoio da Associação Nacional do Rifle.

Depois do massacre, Trump assegurou que implementaria medidas para subir de 18 a 21 anos a idade mínima para comprar o fuzil semiautomático AR-15, utilizado em vários tiroteios, incluindo o de Parkland e o ocorrido em 2012 na escola de Sandy Hook em Newtown (Connecticut), onde morreram 20 crianças e seis professores.

No entanto, essa não foi incluída no plano apresentado ontem pela Casa Branca, embora sua porta-voz, Sarah Sanders, tenha garantido hoje que isso não significa que tenha sido descartado.

"Atualmente, o enfoque principal do presidente está naquelas coisas que podem ganhar um amplo apoio bipartidário ou coisas que se podem fazer imediatamente. Mas, isso não significa que tenhamos deixado de lado outras coisas que continuaremos revisando e olhando", comentou Sanders.

O Congresso não aprova nenhuma lei para restringir a posse de armas há mais de duas décadas e os estados são os únicos que aprovaram medidas sobre armas nos últimos anos.

Os Estados Unidos são o país que mais armas de fogo tem per capita, já que quatro de cada dez cidadãos dizem ter uma arma de fogo ou viver em uma casa com armas, segundo um estudo de 2017 do Pew Center, que estima que o número de armas no país se situa entre 270 milhões e 310 milhões.

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