Trump: os republicanos querem aprovar um orçamento com 5,7 bilhões de dólares destinados para construir a barreira (Leah Millis/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 12h19.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita o Estado do Texas nesta quinta-feira para reforçar o argumento de que o país passa por uma crise que só pode ser solucionada empregando bilhões de dólares para construir um muro ao longo da fronteira com o México.
A visita à cidade de fronteira de McAllen acontece no 20º dia de uma paralisação parcial do governo norte-americano que deixou centenas de milhares de pessoas sem trabalhar, ou trabalhando sem receber, enquanto Trump e seus colegas republicanos discutem com democratas sua demanda por 5,7 bilhões de dólares para construir a barreira.
O plano de construir um muro na fronteira sul do país foi uma das principais promessas da campanha presidencial de Trump em 2016. No mês passado, o presidente chegou a dizer que ficaria "orgulhoso" em paralisar o governo por causa da questão.
Trump também tem considerado declarar uma emergência nacional para passar por cima do Congresso e usar recursos destinados ao Departamento de Defesa para construir o muro. Os democratas, que controlam a Câmara dos Deputados, se recusam a aprovar o financiamento para a barreira.
Críticos dizem que tal medida seria ilegal e planejam recorrer judicialmente se a decisão for tomada. Até alguns republicanos que querem construir o muro têm se oposto a retirar dinheiro dos militares para pagar pela estrutura.
Trump irá ao Texas acompanhado dos dois senadores do Estado, os republicanos John Cornyn e Ted Cruz. Após a visita do presidente, Cornyn realizará uma mesa redonda com prefeitos, juízes, autoridades de segurança locais e outros envolvidos na questão da fronteira.
Em 22 de dezembro, cerca de 25 por cento do governo norte-americano --excluindo o Departamento de Defesa e programas de saúde-- foram paralisados devido à incapacidade do Congresso de chegar a um acordo sobre o financiamento de todas as agências do governo antes do prazo de setembro.
Democratas acusam Trump de usar táticas de medo e de difundir informações incorretas sobre a situação ao longo da fronteira para cumprir a promessa de campanha de erguer o muro, à medida que se prepara para uma tentativa de reeleição em 2020.
O presidente tem tentado fortalecer seu argumento junto ao público e garantir o apoio de qualquer parlamentar republicano que pode estar hesitante, à medida que seus eleitores por todo o país --incluindo agentes de fronteira e de segurança de aeroportos-- perdem seus dias de pagamento.
Na terça-feira, Trump disse em seu primeiro pronunciamento televisionado no horário nobre direto do Salão Oval da Casa Branca que há uma crescente crise humanitária e de segurança na fronteira.