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Trump quer reunião com Putin no início do ano que vem

Segundo assessor de segurança John Bolton, presidente quer que encontro ocorra depois do "fim da caça às bruxas da Rússia"

Trump e Putin: líderes se encontraram em Helsinque no último dia 16 (Leonhard Foeger/Reuters)

Trump e Putin: líderes se encontraram em Helsinque no último dia 16 (Leonhard Foeger/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de julho de 2018 às 16h03.

Última atualização em 25 de julho de 2018 às 18h29.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai adiar uma segunda reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, até o ano que vem, depois que uma investigação federal sobre a interferência da Rússia na eleição norte-americana estiver encerrada, disse o conselheiro de segurança nacional, John Bolton, nesta quarta-feira.

Trump afirmou na semana passada que convidaria Putin a visitar Washington para uma reunião no outono, uma réplica ousada a duras críticas sobre sua cúpula em Helsinque, na qual ele pareceu dar crédito à afirmação do líder russo de que Moscou não interferiu nas eleições presidenciais de 2016.

O convite provocou novos protestos, inclusive de parlamentares do partido republicano de Trump, que argumentaram que Putin é um adversário que não é digno de uma visita à Casa Branca e que eles ainda não sabiam o que os líderes haviam discutido durante suas duas horas de reunião.

"O presidente acredita que a próxima reunião bilateral com o presidente Putin deve acontecer após a caça às bruxas sobre a Rússia estiver encerrada, então concordamos que será depois do primeiro dia do ano", disse Bolton em um comunicado.

As agências de inteligência dos Estados Unidos concluíram que Moscou agiu para influenciar a votação em favor de Trump, e o procurador especial Robert Mueller está investigando se a campanha de Trump trabalhou com os russos.

Trump rejeitou as críticas provocadas por sua entrevista coletiva em Helsinque com Putin e disse que se expressou mal em comentários sobre a cúpula. Ele então abruptamente fez o convite para Putin.

Refletindo o mal-estar entre os parlamentares dos EUA, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, disseram na terça-feira que Putin não seria convidado a discursar no Congresso ou visitar o Capitólio se aceitasse o convite de Trump.

O Kremlin disse nesta semana que, embora Washington e Moscou concordassem que haveria uma outra reunião entre Putin e Trump, a Rússia ainda não tinha iniciado nenhum preparativo para um novo encontro.

"Há outras opções (de reuniões) às quais nossos líderes podem olhar", disse o assessor do Kremlin Yuri Ushakov a repórteres, citando uma reunião de líderes do G20 na Argentina, que começa no final de novembro.

Trump tem chamado a investigação de Mueller sobre a interferência na eleição de 2016 de "caça às bruxas", uma afirmação que ele repetiu em um tuíte no mesmo dia em que se encontrou com Putin em Helsinque.

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