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Trump minimiza papel de ex-assessor e o chama de mentiroso

George Papadopoulos é acusado na investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições de 2016 e se declarou culpado de mentir ao FBI

Donald Trump: a declaração contrasta com os comentários que Trump fez em 2016, quando disse que Papadopoulos era "uma pessoa excelente" (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 31 de outubro de 2017 às 13h30.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , minimizou nesta terça-feira o papel desempenhado em sua campanha pelo ex-assessor George Papadopoulos, acusado na investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições de 2016, depois que o mesmo se declarou culpado de mentir sobre seus contatos com indivíduos vinculados a Moscou.

"Pouca gente conhecia o jovem, voluntário de baixo nível chamado George, que já mostrou ser um mentiroso", afirmou Trump no Twitter.

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Esta declaração contrasta com os comentários sobre Papadopoulos que Trump realizou durante uma entrevista à junta editorial do jornal "The Washington Post" em março de 2016.

Como lembrou nas últimas horas a publicação, Trump disse na época que Papadopoulos, um dos seus assessores para política externa, era um "consultor do setor de energia e petróleo", e "uma pessoa excelente".

O escritório de Robert Mueller, procurador especial designado para a investigação do caso, publicou ontem o acordo de culpabilidade de Papadopoulos, fechado em 5 de outubro e que ainda aguarda uma sentença.

Nesse acordo, o ex-assessor da campanha de Trump admite que mentiu para o FBI, a polícia federal investigativa dos EUA, em janeiro sobre uma conversa que manteve em abril de 2016 com um professor estrangeiro com conexões com o Kremlin.

Naquela conversa, o citado professor prometeu a Papadopoulos "milhares de e-mails" com informação comprometedora sobre a então candidata presidencial democrata, Hillary Clinton.

Além disso, Papadopoulos reconheceu que também mentiu ao FBI sobre as gestões que realizou para tentar organizar reuniões entre membros da campanha de Trump e funcionários do Kremlin e, inclusive, entre o magnata e o presidente russo Vladimir Putin.

Junto com a declaração de culpabilidade de Papadopoulos, ontem também vieram à tona as primeiras acusações apresentadas dentro da investigação liderada por Mueller desde maio sobre a suposta interferência russa nas eleições do ano passado nos EUA e se houve coordenação entre Moscou e a equipe de Trump.

Essas acusações, entre elas a de "conspiração contra os Estados Unidos", atingem Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, e seu ex-sócio Rick Gates.

Ambos se declararam inocentes e uma juíza de Washington ordenou que eles permanecessem em regime de prisão domiciliar e impôs fianças milionárias.

Assim como fez ontem, Trump reiterou hoje em outro tweet que as acusações contra Manafort, relacionadas com seus laços financeiros com líderes pró-Rússia na Ucrânia, se referem a fatos que aconteceram "muito antes" de ele se juntar a sua campanha e que não houve "conspiração" entre sua equipe e o Kremlin.

Trump também voltou a acusar os veículos de imprensa de publicarem informações falsas sobre o caso russo e pediu que os mesmos concentrassem suas atenções em seu plano de "cortes maciços de impostos" e na "corrupção" dos democratas.

Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, insistiu hoje em Moscou que não há provas da suposta interferência de seu país nas eleições americanas.

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