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Trump: entre mudanças de opinião e muitas dúvidas

Mesmo antes de assumir a Casa Branca, o presidente eleito Donald Trump já se distancia de posturas assumidas durante a campanha eleitoral

Trump: por enquanto, Trump segue sem mencionar o tal muro na fronteira com o México (Brian Snyder/Reuters)
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AFP

Publicado em 23 de novembro de 2016 às 21h52.

Última atualização em 23 de novembro de 2016 às 21h52.

Mesmo antes de assumir a Casa Branca, o presidente eleito Donald Trump já se distancia de posturas assumidas durante a campanha eleitoral, na qual abusou de uma retórica polêmica e incendiária, em temas que vão da mudança climática ao uso de tortura.

As mudanças mais evidentes

- Clima

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Na campanha eleitoral, Trump havia afirmado que a mudança climática era um boato disseminado pela China e que seu governo resistiria a qualquer acordo sobre meio ambiente que pudesse afetar os empregos nos Estados Unidos.

Esta semana, porém, Trump disse que ainda analisa a saída (ou não) dos Estados Unidos dos acordos de Paris, garantindo que mantém "uma mente aberta" sobre o tema.

- Serviços de saúde

Durante a campanha, Trump afirmou que sua primeira iniciativa no governo seria pôr fim ao sistema de Saúde em vigor - o chamado "Obamacare". Depois de um encontro com o presidente Barak Obama disse que consideraria manter aspectos do plano.

- Investigação contra Hillary Clinton

A promessa de iniciar uma investigação especial contra sua ex-oponente democrata foi uma das mais polêmicas de sua campanha.

Esta semana, ele reconheceu ao jornal The New York Times que não queria "ferir os Clinton" e que uma investigação especial contra Hillary poderia ser "muito divisiva" para o país.

- Uso da tortura

Trump foi ovacionado em seus comícios de campanha, ao afirmar que restabeleceria a autorização para aplicar torturas a prisioneiros.

Mudou de ideia depois de uma conversa com um assessor militar, que lhe indicou que a experiência demonstrava que a tortura era um método ineficaz.

As dúvidas

- O famoso muro

A ideia de construir um muro na fronteira com o México - e fazer os mexicanos pagarem pela obra - foi uma das mais extravagantes de toda a campanha de Trump.

Uma das primeiras medidas de seu governo - conforme antecipado por ele - será ordenar uma investigação sobre abusos ao programa de vistos americanos. Por enquanto, segue sem mencionar o tal muro.

- Extrema-direita na Casa Branca

Trump desautorizou e condenou um grupo radical de direita, o qual celebrou sua vitória comsaudações de "Heil, Trump!" e o braço direito estendido no estilo nazista.

Como um de seus principais assessores e estrategistas, o novo presidente escolheu, porém, Steve Bannon, que dirigiu o "site" Breitbart, uma plataforma on-line de expressão da nova ultradireita americana.

- Limpar a lama

Na campanha, Trump prometeu "limpar a lama", referindo-se à sua vontade de tirar de cena a elite política de Washington.

Ainda assim, nomeou como seu chefe de gabinete o presidente do Comitê Nacional Republicano, Reince Priebus, e a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, como embaixadora na ONU, por exemplo. Ambos são vistos como a elite tradicional que controla o partido.

- Rússia

As relações entre Washington e Moscou se encontram em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria, mas Trump disse ter certeza de que poderá ter uma "relação muito boa" com o presidente Vladimir Putin.

- Israel

Em entrevista recente, disse que lhe "encantaria" ser a pessoa a conseguir selar a paz entre israelenses e palestinos. Durante a campanha, no entanto, provocou o ódio dos palestinos ao propor reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

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