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Trump encerra férias e já visa setembro intenso

Altos funcionários da Casa Branca descreveram setembro como "brutal", "ruim" e "realmente duro" ao jornal "Politico"

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de agosto de 2017 às 14h13.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerra suas férias neste domingo e agora deverá enfrentar um intenso mês de setembro em Washington, com assuntos cruciais como o debate do teto da dívida federal e sua ambiciosa reforma fiscal.

Altos funcionários da Casa Branca descreveram setembro como "brutal", "ruim" e "realmente duro", segundo aponta o jornal "Politico", devido à confluência de temas especialmente complexos que o Executivo terá que enfrentar.

No entanto, com uma equipe atingida pelas múltiplas e recentes demissões e renúncias, envolvida em escândalos, os assessores mais próximos também consideram que reabrir o debate político é fundamental para que a Presidência volte a seu curso.

Os temas mais complicados serão a negociação do teto da dívida da nação, o orçamento federal de 2018, a reforma fiscal, os orçamentos para infraestruturas e, talvez, uma outra tentativa de revogação da lei de saúde conhecida como Obamacare, após o fracasso até o momento.

Mas o que será mais complicado para o magnata é o fato de que a maioria desses assuntos requerem da intervenção do Congresso, onde apesar de contar com uma maioria republicana, Trump não consegue encontrar consenso nas fileiras do seu próprio partido.

"O presidente deixou claro seu compromisso para conseguir que o Congresso aprove a reforma de saúde, a reforma tributária e (os fundos para) infraestrutura, e não teria porque escolher (entre elas)", disse recentemente Kelly Love, uma das porta-vozes da Casa Branca.

O dia 30 de setembro será fundamental para o governante, já que é quando termina o prazo para elevar o teto da dívida e para financiar o Governo para o próximo ano fiscal.

Nesse debate, a Casa Branca também quer obter dinheiro para uma das grandes promessas do multimilionário, a construção do muro fronteiriço com o México, bem como um aumento nas despesas de defesa e redução em diplomacia, ao mesmo tempo que pretende cortar o déficit. Um difícil equilíbrio.

A Administração Trump já cedeu nas negociações sobre o orçamento do atual ano fiscal, que atrasou até a primavera de 2017, concedendo aos democratas que não fosse incluído o financiamento para o muro, já que estes se opunham de maneira frontal e estavam dispostos a fazer um fechamento parcial do Governo.

Esse cenário pode se repetir.

Não obstante, a saída da equipe de Governo de Trump do até sexta-feira estrategista chefe da Casa Branca, Steve Bannon, poderia facilitar as coisas, já que este liderava a ala mais dura e extremista na hora de negociar com o Legislativo e cumprir com as promessas eleitorais.

Mesmo assim, o próprio Trump demonstrou nos últimos meses ser um presidente impaciente ao pressionar os congressistas com prazos quase quiméricos para os ritmos do Capitólio, mostrando que sua vontade de atingir objetivos e sua capacidade de concessão dependerão muito de seus sucessos ou fracassos.

Por outro lado, o presidente volta de novo ao trabalho com uma forte polêmica ao redor dos seus comentários sobre o supremacismo branco após os incidentes de Charlottesville (Virgínia), onde uma jovem de 32 anos morreu ao ser atropelada por um suposto neonazista durante um confronto de manifestantes nacionalistas brancos e antiracistas.

Além disso, é de esperar que se reative no Congresso a agora eclipsada investigação sobre os vínculos do Governo russo com a campanha do multimilionário para influir nas eleições presidenciais do novembro passado, lo que, a bom seguro, trará uma nova tempestade sobre a Casa Branca.

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