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Trump diz que só ele pode "arrumar" as leis tributárias

The New York Times" revelou que em 1995 o magnata declarou perdas de US$ 915,7 milhões, o que lhe permitiria legalmente evitar impostos


	Conheço nossas complexas leis fiscais melhor do que qualquer outro candidato presidencial, disse Trump
 (Lucas Jackson / Reuters)

Conheço nossas complexas leis fiscais melhor do que qualquer outro candidato presidencial, disse Trump (Lucas Jackson / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2016 às 15h05.

Nova York, 2 out (EFE).- O candidato presidencial republicano dos EUA, <a href="https://exame.com.br/topicos/donald-trump"><strong>Donald Trump</strong></a>, afirmou neste domingo que é o "único" que pode "arrumar" o "complexo" esquema legal sobre impostos, um dia depois de serem revelados dados sobre seu histórico fiscal.</p>

Trump fez essas declarações em mensagem no Twitter depois que o jornal "The New York Times" revelou que em 1995 o magnata declarou perdas de US$ 915,7 milhões, o que lhe permitiria legalmente evitar impostos sobre renda durante 18 anos.

"Conheço nossas complexas leis fiscais melhor do que qualquer outro candidato presidencial, e sou o único que pode arrumá-las", afirmou Trump em sua mensagem.

O tweet de Trump vem acompanhado de uma hashtag na qual faz referência à suposta deterioração do "The New York Times", que apoiou em suas páginas editoriais a candidata presidencial democrata, Hillary Clinton.

O jornal informou que Trump pôde ter "extraordinários benefícios fiscais" pelas perdas acumuladas pela má gestão de três cassinos em Atlantic City desde o começo de 1990, assim como de outros negócios.

A publicação lembra que seguem sem ser divulgados dados sobre suas declarações de imposto posteriores à de 1995, mas as perdas desse ano poderiam ter permitido se livrar anualmente de cerca de US$ 50 milhões de impostos durante 18 anos.

Hillary insistiu durante a campanha eleitoral na necessidade de Trump revelar seus impostos, mas o magnata nova-iorquino sustenta que só os divulgará quando terminar a auditoria contábil.

Se desconhece se o magnata revelará a informação antes das eleições presidenciais de 8 de novembro.

Trump destacou frequentemente que é um homem de negócios bem-sucedido, embora existam dúvidas porque o montante da fortuna que diz ter não coincide com as somas atribuídas por fontes independentes.

Em outra mensagem posterior no Twitter, o candidato republicano insiste que "criou dezenas de milhares de empregos" e, sustentou que se chegar à Casa Branca os Estados Unidos irão recuperar a era de prosperidade.

"Hillary só criou empregos no FBI e no DOJ" (Departamento de Justiça), acrescentou Trump.

Pouco depois da revelação dos dados sobre o passado fiscal de Trump, a campanha do candidato qresidencial o qualificou como "um homem de negócios altamente qualificado que tem uma responsabilidade fiduciária com seu negócio, sua família e seus empregados para pagar não mais impostos do que a obrigação legal".

Sobre esta polêmica, um dos assessores da campanha de Trump, o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani comentou em uma entrevista à emissora "ABC" que o que fez o magnata, que foi qualificado de "gênio", foi "completamente legal" e que o país necessita de "um homem que saiba como fracassar e depois se reerguer".

Na mesma linha se pronunciou o governador de Nova Jersey, Chris Christie, também assessor de Trump. "Não há ninguém que tenha demonstrado mais genialidade em sua forma de manobrar ao redor do código tributário", comentou Christie sobre o candidato republicano em entrevista à emissora "Fox".

Em uma primeira reação, Hillary Clinton citou três possibilidades pelas quais Trump se nega a divulgar suas declarações de impostos: "Ou não é tão rico, ou não fez tão bem, ou não quer que os americanos saibam que não pagou nada em impostos federais".

O principal rival de Hillary nas eleições primárias democratas, o senador Bernie Sanders, disse hoje à "CNN" que as revelações sobre os impostos de Trump exemplificam "exatamente por que tantos milhões de americanos estão frustrados" pelo que veem como um "sistema político corrupto". EFE

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