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Trump deveria se envergonhar, dix ex-chefe da CIA

"Levando em conta o autor da crítica, considero a mesma uma medalha de honra", alfinetou ex-chefe da CIA.

Presidente dos EUA, Donald Trump (Shizuo Kambayashi/Pool/Reuters)

Presidente dos EUA, Donald Trump (Shizuo Kambayashi/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de novembro de 2017 às 17h46.

Ex-chefes de agências de inteligência dos Estados Unidos criticaram neste domingo o presidente americano, Donald Trump, que os chamou de "hackers da política" por terem concluído que houve interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

"Levando em conta o autor da crítica, considero a mesma uma medalha de honra", alfinetou o ex-chefe da CIA John Brennan em um programa da rede de TV CNN, do qual também participou o ex-diretor nacional de Inteligência James Clapper.

"A mim parece particularmente repreensível que, no dia dos veteranos, Donald Trump ataque e coloque em dúvida a integridade e o caráter de Jim Clapper, que vestiu o uniforme por 35 anos", disse Brennan.

"Acho que é algo de que Trump deveria se envergonhar", concluiu.

Trump, que faz um giro de 12 dias pela Ásia e se encontra nas Filipinas, arremeteu contra Brennan, Clapper e o ex-diretor do FBI James Comey - que chamou de "hackers da política" - após receber duras críticas por ter dito que o presidente Vladimir Putin era sincero ao afirmar que a Rússia não interferiu nas eleições americanas.

Em um ataque surpreendente, Trump sugeriu que dá mais credibilidade às afirmações de Putin do que às de Bernnan, Clapper e Comey sobre as descobertas das agências de inteligência envolvendo a interferência russa.

"Dêem um tempo, eles são hackers da política", disse Trump aos jornalistas que o acompanhavam no avião presidencial rumo a Hanói neste sábado, ao citar os três e acusar os democratas de alimentarem a polêmica sobre a interferência russa em sua campanha eleitoral.

O presidente americano disse que Comey, demitido em maio, ante a pressão crescente por uma investigação sobre o assunto, era "um mentiroso", e reiterou que Putin negou "de forma veemente" qualquer intromissão.

Brennan e Clapper revidaram o golpe neste domingo e descreveram a resposta morna de Trump à suposta interferência russa como um risco para a segurança nacional.

"Putin está determinado a enfraquecer nosso sistema, nossa democracia e todo o nosso processo", afirmou Clapper. "Tentar pintá-lo de qualquer outra maneira é inacreditável e representa um perigo para este país."

Brennan acrescentou: "Acho que está dando um passe a Putin, e acho que mostra ao senhor Putin que Donald Trump pode ser enganado por líderes estrangeiros que irão apelar ao seu ego e tentar se aproveitar de suas inseguranças, o que é muito, muito preocupante".

Trump minimizou hoje suas críticas iniciais: "Acreditando ou não (nas acusações de interferência russa), estou com as nossas agências, principalmente com suas lideranças atuais", disse, excluindo Clapper, Brennan e Comey.

Mas o atual chefe da CIA, Mike Pompeo, nomeado por Trump, reiterou seu apoio às descobertas sobre a interferência russa na campanha eleitoral.

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