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Trump defende leite em pó após defesa da OMS do aleitamento materno

Representantes americanos tentaram eliminar um trecho da resolução sobre alimentação de bebês e crianças pequenas

O mercado do leite em pó - dominado principalmente por americanos - foi avaliado em US$ 47 bilhões em 2015 (Carlos Barria/Reuters)

O mercado do leite em pó - dominado principalmente por americanos - foi avaliado em US$ 47 bilhões em 2015 (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de julho de 2018 às 21h48.

O presidente americano, Donald Trump, defendeu na segunda-feira (9) o uso do leite em pó, depois que uma reportagem acusou os Estados Unidos de tentarem atenuar uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS), favorável ao aleitamento materno.

Publicada pelo jornal The New York Times, a reportagem diz que os representantes americanos, em uma reunião anual da OMS em Genebra no mês de maio, tentaram eliminar um trecho da resolução sobre alimentação de bebês e crianças pequenas.

O trecho convidava os Estados-membros a "proteger, promover e apoiar" o aleitamento materno.

Os americanos teriam feito pressão sobre o Equador a fim de que o país deixasse de propor a resolução. Caso os equatorianos tivessem renunciado, a Rússia teria sugerido uma resolução parecida com a de Quito.

A frase foi finalmente aprovada e figura em um documento disponível na internet.

"O artigo do New York Times sobre o aleitamento deve ser denunciado. Os Estados Unidos apoiam profundamente o aleitamento, mas nós pensamos que as mulheres não devem ser impedidas de usar o leite em pó. Muitas mulheres precisam dessa opção, devido à desnutrição e à pobreza", escreveu Donald Trump em sua conta no Twitter.

O Departamento de Estado americano qualificou como "falsa" a ideia de que Washington teria ameaçado um país parceiro. Entretanto, um representante diplomático concordou que os EUA estimam que "a resolução, tal como está redigida, convocava os Estados a colocar obstáculos para as mães que gostariam de alimentar seus filhos".

"Nem todas as mães podem amamentar por várias razões", adicionou esse representante.

O Equador, por sua vez, diz ter lutado para que a resolução fosse aprovada. "Nós nunca sucumbimos aos interesses particulares ou comerciais, nem a nenhum outro tipo de pressão", declarou a ministra da Saúde, Veronica Espinosa.

A OMS incentiva o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê, e o parcial quando a criança tem entre seis meses e dois anos ou mais, especialmente em países pobres, onde as mulheres amamentam mais frequentemente e durante mais tempo que em países desenvolvidos.

Em 2015, O mercado do leite em pó foi avaliado em 47 bilhões de dólares em 2015, segundo Euromonitor International. Ele é dominado por alguns grupos, principalmente americanos, e está em forte crescimento.

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