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Trump crê em Putin e não em investigação da inteligência dos EUA

Apesar das evidências levantadas por agências americanas sobre envolvimento russo nas eleições de 2016, Putin nega acusações

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladmir Putin: contrariando agências de inteligência americanas, russo nega interferência em eleições de 2016 (Kevin Lamarque/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de julho de 2018 às 14h42.

Última atualização em 16 de julho de 2018 às 14h49.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista coletiva nesta segunda-feira em Helsinque, na Finlândia, onde se reuniram por cerca de duas horas, se manifestaram sobre a investigação conduzida pela inteligência dos EUA sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016.

"Não interferimos na eleição americana, nem o faremos", declarou Putin , negando as conclusões contrárias de serviços de inteligência dos Estados Unidos. Trump alegou ter "confiança" nos serviços de inteligência dos EUA, mas disse acreditar na "forte e poderosa negação do presidente".

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"Não houve nenhum conluio na eleição presidencial com a Rússia e todos sabem disso", afirmou Trump, destacando que sua vitória foi fruto de uma "ótima campanha". Ele ainda enalteceu o fato de o presidente russo ter oferecido reforços para auxiliarem as investigações do caso.

Repercussão

O descrédito de Trump sobre as evidências sobre a interferência russa nas eleições presidenciais repercutiram mal na comunidade de inteligência dos Estados Unidos e vários ex-chefes dessas agências se manifestaram em choque ante as declarações do presidente.

John O. Brennan, ex-diretor da CIA entre 2013 e 2017, disse que as frases de Trump são "nada menos que traição". "Não apenas os seus comentários foram imbecis, mas Putin o tem dentro de seu bolso", escreveu o ex-oficial em sua conta oficial no Twitter. "Republicanos patriotas: onde estão vocês?"

Michael Hayden, ex-agente da CIA e diretor da National Security Agency (NSA) durante os últimos anos da gestão presidencial de George W. Bush (presidente entre 2001 e 2009), retuítou e concordou com uma análise que dizia que, durante o encontro com Putin, Trump "essencialmente confessou ao mundo que ele acredita mais em Putin que nos Estados Unidos e suas agências".

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