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Trump afirma que Rússia parou de interferir na política dos EUA

Negativa representa uma nova contradição em relação à posição das agências de inteligência dos EUA sobre a atuação do Kremlin

Donald Trump: "Nenhum presidente foi mais firme do que eu com a Rússia. Acredito que Putin sabe disso melhor do que ninguém, certamente muito melhor do que a imprensa" (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: "Nenhum presidente foi mais firme do que eu com a Rússia. Acredito que Putin sabe disso melhor do que ninguém, certamente muito melhor do que a imprensa" (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de julho de 2018 às 15h41.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não acredita que a Rússia siga interferindo na política, uma posição que contradiz o diretor da Direção Nacional de Inteligência, Dan Coats.

Perguntado por uma jornalista se acredita que a Rússia segue tentando influenciar o sistema político americano, Trump foi sucinto e direto: "Não".

A negativa representa uma nova contradição em relação à posição das agências de inteligência do país sobre a atuação do Kremlin.

Na última segunda-feira, Coats afirmou que, além de interferir nas eleições presidenciais americanas de 2016, a "Rússia ainda mantém esforços ativos e generalizados para minar nossa democracia".

A Casa Branca e muitos membros do Congresso americano estão preocupados com uma nova ação da Rússia nas eleições legislativas marcadas para ocorrer em novembro nos EUA. A nova posição de Trump parece minimizar a hipótese desta possibilidade.

"Nenhum presidente foi mais firme do que eu com a Rússia. Acredito que Putin sabe disso melhor do que ninguém, certamente muito melhor do que a imprensa", afirmou Trump

"Ele (Putin) entende e não gosta, e não deveria gostar, porque nunca houve um presidente tão duro com a Rússia como eu", completou.

O presidente americano ainda ressaltou que a política de pressão que ele implementou contra a Rússia "vai muito bem" e citou as sanções impostas ao Kremlin por diversos motivos desde então.

Ontem, Trump tentou diminuir as críticas recebidas após a entrevista coletiva com Putin em Helsinque, na Finlândia, onde os dois realizaram sua primeira cúpula bilateral.

Na ocasião, o presidente americano deu mais credibilidade à declaração de inocência de Putin do que às conclusões das agências de inteligência dos EUA sobre a influência nas eleições de 2016.

"Me expressei mal (...) Quis dizer que não vejo razão pela qual a Rússia não estivesse por trás da interferência", disse Trump.

A mudança de postura não foi capaz de diminuir as críticas, especialmente porque Trump abriu a possibilidade para que outros atores pudessem ser responsáveis pelas ações contra o pleito.

Trump ainda afirmou hoje que fez "avanços incríveis" em sua última viagem à Europa. Para ele, a visita será capaz de gerar mais paz, segurança e prosperidade para os EUA e aliados.

"As reuniões com a Otan, com o Reino Unido e a Rússia foram um tremendo sucesso", destacou o presidente americano.

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