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Trump afirma que não gravou nem tem fitas de conversas com Comey

Foi o próprio Trump quem insinuou semanas atrás a possibilidade da existência de gravações das suas conversas com Comey

Trump: Comey tomou nota das conversas que teve com Trump enquanto era o chefe do FBI (Christian Hartmann/Reuters)

Trump: Comey tomou nota das conversas que teve com Trump enquanto era o chefe do FBI (Christian Hartmann/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de junho de 2017 às 15h42.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que não possui fitas nem gravou suas conversas com o ex-diretor do FBI, James Comey, ressaltando que não tem "nem ideia" de se existem gravações desses encontros.

"Com toda a vigilância eletrônica, intercepções, desmascaramento e vazamento ilegal de informação recentemente reportados, não tenho nem ideia de se há 'fitas' ou gravações das minhas conversas com James Comey, mas eu não fiz, e não tenho, nenhum tipo de gravação", escreveu Trump em sua conta no Twitter.

Foi o próprio Trump quem insinuou semanas atrás a possibilidade da existência de gravações das suas conversas com Comey, que dirigia o FBI até que o governante decidiu demiti-lo no início de maio.

Em 12 de maio, três dias após a demissão de Comey, Trump usou seu Twitter para fazer uma ameaça velada: "Melhor que não haja 'fitas' das nossas conversas antes que ele comece a vazar à imprensa".

Durante o seu testemunho no início deste mês perante o Comitê de Inteligência do Senado, Comey se mostrou esperançoso que Trump confirmasse a existência dessas gravações e exclamou: "Meu deus, espero que haja fitas".

Comey tomou nota das conversas que teve com Trump enquanto era o chefe do FBI e, nesse testemunho perante o Senado, declarou que o presidente o pressionou para "dissipar a nuvem" provocada pela investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições de novembro e os possíveis contatos entre sua campanha e o Kremlin.

Hoje mesmo, também via Twitter, Trump questionou as decisões tomadas por seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, para frear os ataques russos destinados supostamente a influenciar as eleições de 2016, uma trama que considerou um mero "engano dos democratas" para justificar sua derrota.

A investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições e a possível coordenação entre a campanha de Trump e o Kremlin está agora nas mãos de um procurador especial, o ex-diretor do FBI, Robert Mueller.

Vários comitês do Congresso americano solicitaram que, se existem fitas ou gravações das conversas entre Trump e Comey, estas sejam entregues antes desta sexta-feira, 23 de junho, para que possam fazer parte da investigação sobre a trama russa.

A Casa Branca já tinha antecipado nos últimos dias que Trump dissiparia as dúvidas sobre as fitas esta semana.

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