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Trump afirma que houve violência dos "dois lados" em marcha

O presidente americano classificou o episódio como "terrível", mas reforçou que nem todos que participaram dos protestos na cidade eram neonazistas

Trump: "Eu acho que houve culpa em ambos os lados e não tenho nenhuma dúvida sobre isso" (Kevin Lamarque/Reuters)
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EFE

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 17h52.

Última atualização em 15 de agosto de 2017 às 19h02.

Nova York - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , responsabilizou nesta terça-feira tanto grupos neonazistas e supremacistas quanto os manifestantes de esquerda pelos atos de violência registrados no último fim de semana em Charlottesville, na Virgínia.

"Houve um grupo de um lado que foi mal e houve um grupo do outro lado que também foi muito violento", disse Trump durante uma entrevista coletiva em Nova York.

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O presidente qualificou de "horrível" o incidente em Charlottesville, mas insistiu que nem todos os presentes no protesto eram neonazistas ou supremacistas brancos.

"Condenei os neonazistas, condenei muitos grupos. Mas nem todas essas pessoas eram neonazistas, acreditem. Nem todas essas pessoas eram supremacistas brancos, absolutamente", ressaltou Trump.

"Muita gente também estava ali para protestar contra a retirada de uma estátua de Robert E. Lee. Esta semana é Robert E. Lee. (...) Me pergunto, na semana que vem será George Washington? Thomas Jefferson na seguinte?", acrescentou o presidente.

A marcha "Unite the Right" (Unir a Direita), que terminou em confrontos no último fim de semana em Charlottesville, foi convocada em protesto contra a decisão de remover uma estátua de Lee, um general confederado considerado um símbolo da defesa da escravidão e do racismo.

Embora tenha dado a entender que discorda da retirada deste tipo de monumento, Trump afirmou nesta terça-feira que acredita que o melhor é deixar essas decisões nas mãos das autoridades competentes em cada caso.

Além disso, o presidente americano defendeu com veemência sua resposta ao incidente em Charlottesville, após as críticas que recebeu por ter esperado dois dias para condenar explicitamente a Ku Klux Klan (KKK), os neonazistas e os supremacistas brancos presentes na manifestação.

"Antes de fazer uma declaração, preciso dos fatos", ressaltou Trump, explicando que, quando fez seus primeiros comentários, não sabia, por exemplo, que o histórico líder da KKK, David Duke, estava presente na marcha.

Originalmente, o presidente tinha responsabilizado "muitas partes" do ódio "e fanatismo" vistos em Charlottesville.

Hoje, após condenar diretamente os grupos racistas, insistiu em dividir a responsabilidade pelos distúrbios.

"O que acontece com a alt-left (esquerda alternativa) que atacou o que a senhora chama alt-right? Têm alguma culpa?", respondeu Trump a uma jornalista que pediu ao presidente que comentasse sobre a suposta participação da nova direita americana nos confrontos.

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