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Trump acusa Porto Rico de usar fundos do furacão para pagar suas dívidas

Trump disse que os EUA não vão arcar com as dívidas de Porto Ricos, depois que a Junta de Supervisão Fiscal revisou o plano fiscal dos próximos cinco anos

Porto Rico: o furacão Maria deixou mais de 3 mil mortos no ano passado (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Porto Rico: o furacão Maria deixou mais de 3 mil mortos no ano passado (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 16h04.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou nesta terça-feira os "ineptos" políticos de Porto Rico e os acusou de utilizar os fundos federais destinados a reconstruir a ilha após a passagem do furacão María no ano passado para resolver outras despesas relacionadas com sua dívida multimilionária.

"O povo de Porto Rico é maravilhoso, mas os ineptos políticos estão tentando usar a maciças e ridiculamente altas quantias de fundos relacionadas com o furacão/desastre para pagar outras dívidas", escreveu Trump em sua conta do Twitter.

"Os Estados Unidos NÃO recuperarão as dívidas pendentes e não pagas (de Porto Rico) com dinheiro destinado à assistência pela passagem do furacão!", acrescentou o presidente americano.

O tweet de Trump foi publicado pouco depois que a Junta de Supervisão Fiscal (JSF), entidade de controle imposta por Washington ao governo local para tratar o assunto da dívida, aprovou um plano fiscal revisado para os próximos cinco anos.

O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, expressou sua inconformidade com o plano fiscal nas redes sociais, nas quais comentou que o projeto tende à "austeridade" e que seus recortes "afetarão os serviços públicos e aos mais vulneráveis".

O plano prevê um quadro econômico favorável para Porto Rico em curto prazo, devido em parte à chegada de cerca de US$ 82 bilhões provenientes de fundos federais para a recuperação dos furacões, o que representa US$ 20 bilhões a mais que o previsto inicialmente.

A reação de Trump ao furacão María gerou polêmica desde sua visita à ilha há um ano, quando afirmou que esse desastre não era "uma catástrofe real" como havia sido o Katrina em 2005.

No último mês de setembro, o presidente americano desencadeou outra forte controvérsia ao negar que o furacão María tenha provocado quase 3.000 mortes, como indica um recente relatório acadêmico respaldado pelas autoridades porto-riquenhas, e ao acusar sem provas os democratas de manipular esse número para manchar a imagem do seu governo.

Trump também criticou em várias ocasiões alguns políticos da ilha, em particular a prefeita de San Juan, Carmen Yulín Cruz.

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