Três americanos amigos de infância que estavam de férias na Europa e que voltaram aos Estados Unidos como "heróis" - Alek Skarlatos, Spencer Stone e Anthony Sadler - impediram na sexta-feira um massacre no trem entre Amsterdã e Paris.

Os amigos, apoiados pelo britânico Chris Norman e um francês anônimo, conseguiram dominar o suspeito fortemente armado no trem, e foram chamados de heróis pelo presidente americano, Barack Obama, e pelo secretário de Estado, John Kerry.

-- Alek Skarlatos

O jovem tem 22 anos, é membro da Guarda Nacional do Oregon e acabava de voltar de uma missão de nove meses no Afeganistão, segundo sua família, citada pela imprensa americana.

"Vi que um cara entrou no trem com um AK (AK47, fuzil de assalto) e uma pistola. Me virei para Spencer e disse: vamos, vamos. Spencer agarrou o cara pelo pescoço e eu peguei o fuzil", revelou o jovem à rede de televisão NBC.

"Estou orgulhoso (do meu filho)", disse Emanuel Skarlatos à CNN. "Me contou que ele e seus amigos neutralizaram um terrorista em um trem que ia para Paris. Assim, simplesmente, como se fosse uma coisa normal. Fiquei surpreso com sua valentia e instinto de sobrevivência".

-- Spencer Stone

Soldado da Força Aérea de 23 anos e natural da Califórnia, Spencer Stone é amigo de Skarlatos e há dez dias viajava com ele e Anthony Sadler pela Europa. Foi ferido no ataque e está internado, mas passa bem.

-- Anthony Sadler

Estudante na Califórnia e com 23 anos, Sadler estava de férias na Europa. "Partiu como um excursionista e volta como herói nacional da França", comentou seu pai, também Anthony, à rede de televisão NBC. "Não sou mais um estudante (...). Vim para encontrar meus amigos em minha primeira viagem pela Europa e prendemos um terrorista. É muito louco", disse o jovem.

-- Chris Norman

Consultor britânico de 62 anos que se uniu aos jovens para dominar o atirador. "Agi apenas no final, mas imagino que ajudei a neutralizar o cara", disse à CNN. "Poderia ter ocorrido um massacre, sem dúvida".

Segundo Norman, o "louco começou a sacar todo seu arsenal e foi do vagão 13 para o 12. Não sei por que motivo não conseguiu atirar, penso que a arma travou".

-- Francês anônimo

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, destacou que "um viajante francês agiu em primeiro lugar" para tentar dominar o atirador. "Ao tentar chegar ao banheiro do vagão 12", esta pessoa "se encontrou com um indivíduo que carregava um fuzil de assalto Kalachnikov". "Tentou valentemente dominá-lo antes de o agressor escapar".