Mundo

Trabalhadores da indústria da carne anunciam protesto

Buenos Aires- Trabalhadores da indústria da carne argentina anunciaram nesta segunda-feira que vão iniciar um bloqueio por tempo indeterminado ao maior mercado de gado do país para exigir o pagamento de um subsídio que compense a redução de horas de trabalho dos empregados. O país é um dos maiores exportadores mundiais de carne e os […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Buenos Aires- Trabalhadores da indústria da carne argentina anunciaram nesta segunda-feira que vão iniciar um bloqueio por tempo indeterminado ao maior mercado de gado do país para exigir o pagamento de um subsídio que compense a redução de horas de trabalho dos empregados.

O país é um dos maiores exportadores mundiais de carne e os argentinos comem mais carne per capita do que qualquer outro povo no mundo, mas a indústria local teve perdas nos últimos meses causadas por uma queda acentuada no número de cabeças de gado enviadas para abate.

Os pecuaristas dizem que isso se deve à redução no tamanho do rebanho nacional, fato que atribuem às políticas governamentais que levaram alguns produtores a vender animais e arrendar suas terras para cultivos que dão mais lucro que a pecuária, como a soja.

Trabalhadores da indústria da carne carregando faixas e bandeiras se reuniram diante do Mercado de Liniers, e a previsão é que o bloqueio tenha início ao meio-dia local.

"O protesto começa hoje e será por tempo indeterminado", disse Alberto Fantini, secretário-geral da Federação Gremial do Pessoal da Indústria da Carne, que tem 60 mil membros.

"O objetivo é assegurar que os trabalhadores da indústria de processamento da carne possam obter os subsídios que lhes foram prometidos pelo Estado e pelas empresas", afirmou ele aos repórteres, diante do mercado, acrescentando que muitas empresas não enviaram os documentos necessários.


As indústrias da carne têm estoque substancial e os negociantes de gado dizem não esperar que haja escassez nos açougues do país, a não ser que os protestos se estendam por tempo demasiado.

"Não haverá escassez de carne, pelo menos não imediatamente. Isto deve durar por duas ou três semanas", disse um negociante do produto, acrescentando que na manhã de segunda-feira houve entrega normal de gado no mercado de Liniers.

O número de animais abatidos despencou em 22,5 por cento nos primeiros cinco meses do ano, comparado com o mesmo período de 2009, segundo o grupo industrial CICCRA informou na semana passada, fato que levou o governo a limitar as exportações na sexta-feira.

Com menos animais enviados ao mercado, várias indústrias da carne reduziram o horário de trabalho dos empregados.

Para compensar as perdas nos salários, a presidente da Argentina, Cristina Fernández, anunciou um subsídio em maio, mas a indústria da carne diz não ter recebido ainda o dinheiro.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaPolítica no BrasilProtestosSubsídios

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países