Tóquio 2020 pede que sede de golfe mude política sexista
Para a Organização, a sede deve aceitar mulheres como sócias de pleno direito da instituição
EFE
Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 14h56.
Tóquio - A organização de Tóquio 2020 pediu nesta quinta-feira ao clube de golfe selecionado como sede olímpica que revise suas normas para aceitar mulheres como sócias de pleno direito da instituição, após as críticas recebidas.
A organização dos Jogos, junto à Associação de Golfe do Japão e o Comitê Olímpico japonês, enviou uma carta ao Kasumigaseki Country Club para expressar sua "preocupação" pelas "desigualdades de gênero" em seu regulamento para sócios, informou um porta-voz da Tóquio 2020.
O Kasumigaseki, que é um dos clubes privados mais antigos e prestigiados do Japão, não permite que mulheres se tornem sócias de pleno direito nem joguem lá aos domingos.
A Tóquio 2020 considera suas instalações perfeitas para a realização das competições "mas suas normas devem mudar", apontou o porta-voz.
Estas políticas despertaram as críticas da governadora da capital japonesa, Yuriko Koike, que levantou o assunto em meados de janeiro, e do Comitê Olímpico Internacional (COI), que afirma que tais condições ferem o espírito olímpico, que defende a igualdade de gênero.
O próprio primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou esta semana que é compreensível que haja "opiniões que questionem a sede olímpica" após a polêmica suscitada por suas normas discriminatórias.
O clube japonês recebeu várias competições nacionais, como o Japan Women's Open de 1999, e "preenche plenamente os requisitos para as competições de golfe de nível olímpico", argumentou em comunicado o Comitê Organizador de Tóquio 2020, que tentará convencer a instituição a mudar suas normas.
Os Jogos de Tóquio 2020 estiveram marcados por um amplo histórico de polêmicas, como a do estádio olímpico, cujo projeto original foi alterado após apresentar o dobro do custo inicialmente orçado.