Segundo a Capitania, a demora para o alerta atrapalhou o salvamento (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 10h41.
Roma, 26 jan (EFE).- O comandante-geral da Capitania dos Portos da Itália, o almirante Marco Brusco, afirmou nesta quinta-feira que se Francesco Schettino, o capitão do navio que naufragou no dia 13 de janeiro em frente à ilha de Giglio, tivesse dado o sinal de alerta a tempo, todos os passageiros teriam sido salvos.
Brusco compareceu nesta quinta ao Senado para explicar a posição da Capitania dos Portos a respeito do naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, que por enquanto causou 16 mortes e deixou 22 desaparecidos.
'Se o comandante Schettino não tivesse perdido uma hora preciosa, teria saído tudo perfeito. Os botes de salvamento teriam sido descidos com tranquilidade com todos os passageiros a bordo. No entanto, a primeira hora, que é a mais importante, foi perdida e depois se trabalhou em meio à angústia. Além disso, ele foi embora e só chegavam ordens contraditórias', explicou Brusco.
Um dos principais problemas do resgate dos passageiros foi a impossibilidade de descer os botes, pois uma hora depois do impacto contra as rochas, o navio estava muito inclinado para que pudessem ser descidos.
O responsável da Capitania foi contundente ao afirmar que a culpa 'seguramente é do comandante Francesco Schettino', mas também questionou onde estavam os outros oficiais e por que não fizeram nada.
Sobre a manobra de aproximação do cruzeiro à ilha do Giglio, o que causou o impacto com as rochas e fez com que o navio naufragasse, Brusco assegurou que 'as rotas são decididas pelo capitão, que tem que assumir toda a responsabilidade'.
Segundo o almirante Brusco, 'a manobra de aproximação foi algo extravagante, porque foi feita quase em ângulo reto com relação à ilha de Giglio, com uma velocidade elevada'.
Além disso, Brusco garantiu que a Capitania dos Portos não tinha sido avisada da chamada 'saudação' a Giglio, ou seja, a aproximação a poucos metros da ilha..
Nesta quinta-feira, começarão os exames toxicológicos sobre as amostras biológicas de Schettino, que atualmente está sob prisão domiciliar com a acusação de naufrágio, abandono de navio e homicídio culposo múltiplo.