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Timochenko, o comandante que trouxe as Farc para negociações

Nascido em janeiro de 1959 em Calarcá, Timochenko foi um dos homens de maior confiança de Manuel Marulanda (Tirofijo), o fundador das Farc

Imagem de um vídeo do site das Farc mostra o líder da guerrilha: em abril, as Farc libertaram os últimos 10 policiais e militares que mantinham em seu poder (©AFP / Ho)

Imagem de um vídeo do site das Farc mostra o líder da guerrilha: em abril, as Farc libertaram os últimos 10 policiais e militares que mantinham em seu poder (©AFP / Ho)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2012 às 14h51.

Bogotá - Rodrigo Londoño, conhecido como Timoleón Jiménez ou Timochenko, o atual comandante máximo das Farc, que decidiu iniciar um diálogo de paz com o governo colombiano, se destaca por ser o membro mais jovem da cúpula dessa guerrilha comunista.

Nascido em janeiro de 1959 em Calarcá (Quindío, centro-oeste da Colômbia), Timochenko foi um dos homens de maior confiança de Manuel Marulanda (Tirofijo), o fundador das Farc, a ponto de ter se encarregado do anúncio público de sua morte em 2008.

Filho de pai marxista, militou na Juventude Comunista nos anos 70 e fez cursos na União Soviética.

Em seu retorno ao país, em 1979, se uniu às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), então um grupo guerrilheiro de cerca de 500 combatentes confinados nas regiões do sul, mas com planos de expansão, segundo Luis EduardoCelis, pesquisador da Corporação Novo Arco-íris, que estuda o conflito armado.

Em dois anos, Londonho se transformou em comandante de frente. Em 1982, com 23 anos de idade, integrou o Estado Maior da guerrilha, de 30 membros, e aos 26 passou a formar seu secretariado, a cúpula rebelde composta por sete comandantes.

Em novembro de 2011, com a morte do então comandante máximo das Farc, Alfonso Cano, em um bombardeio, Timochenko foi nomeado para substituí-lo, tornando-se o terceiro chefe dessa guerrilha em uma história de mais de 45 anos.

No começo de 2012, enviou uma carta ao presidente Juan Manuel Santos em que o convidou a instalar "uma hipotética mesa de conversações, voltada para o país" e dias depois se comprometeu a pôr fim ao sequestro de civis com fins de extorsão, atendendo a uma das mais insistentes demandas do chefe de Estado.

Em abril, as Farc libertaram os últimos 10 policiais e militares que mantinham em seu poder.

Santos reconheceu então que a guerrilha tinha dado um passo para o estabelecimento de um diálogo, apesar de considerá-lo insuficiente.

As Farc, fundadas em 1964 como milícias camponesas, são a guerrilha mais antiga da América Latina e contam atualmente com 9.200 combatentes, segundo dados do Ministério da Defesa.

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