Muitos tibetanos não suportam o que consideram uma crescente dominação dos Hans, etnia majoritária na China (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2011 às 09h35.
Nova Délhi - Um tibetano exilado na Índia tentou se imolar com fogo nesta sexta-feira diante da embaixada da China em Nova Délhi, antes da intervenção da polícia, constatou um fotógrafo da AFP.
O manifestante, Sherab Tsedor, de 25 anos, segundo associações tibetanas, jogou gasolina no corpo e ateou fogo nas roupas, mas a polícia conseguiu intervir e apagar as chamas antes que elas atingissem a sua calça. Foi retirado por um veículo policial.
Na quinta-feira, uma monja tibetana se imolou na província chinesa de Sichuan (sudoeste), informou a agência Nova China, afirmando que se trata do décimo primeiro caso de imolação ou tentativa de imolação de budistas desde março, dos quais ao menos sete morreram, na mesma província.
O primeiro deles foi um jovem "bonzo" do monastério de Kirti, na cidade de Aba, em março passado.
Muitos tibetanos não suportam o que consideram uma crescente dominação dos Hans, etnia majoritária na China. O monastério Kirti se converteu em foco de protesto contra a repressão de sua cultura e sua religião. Os monges budistas se queixam da intensa vigilância policial a qual estão submetidos.
Os suicídios públicos de monges são um fenômeno relativamente novo, ao qual Dalai Lama se opôs publicamente, considerando que vão contra o caráter sagrado da vida, segundo os preceitos budistas.
A China, que afirma ter "libertado pacificamente" o Tibete em 1951 e melhorado as condições dos tibetanos, controla efetivamente esta região autônoma e as províncias limítrofes de população tibetana desde as desordens de 2008.