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Theresa May não descarta prorrogar período de transição pós-Brexit

A primeira-ministra afirmou que ao ampliar em alguns meses o período de transição daria mais tempo para concretizar a futura relação comercial com a UE

Theresa May: o período de transição atual iria até o final de 2020 (Jasper Juinen/Getty Images)

Theresa May: o período de transição atual iria até o final de 2020 (Jasper Juinen/Getty Images)

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AFP

Publicado em 18 de outubro de 2018 às 11h33.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, não descartou nesta quinta-feira a possibilidade de ampliar o período de transição previsto após o divórcio com a União Europeia (UE), em março, uma opção vista como uma maneira de desbloquear a negociação do Brexit.

"Outra ideia que surgiu, e é uma ideia neste momento, é a de criar uma opção para aumentar o período de transição durante alguns meses", declarou May aos jornalistas antes do segundo dia da reunião de cúpula europeia em Bruxelas, onde serão abordados temas como migração e ataques cibernéticos.

Na quarta-feira, a 'premier' apresentou aos 27 chefes de Governo e Estado do bloco sua visão sobre o estado da negociação, mas, apesar da UE esperar novas propostas para desbloquear as discussões, "não aconteceu nada substancialmente novo", explicou o presidente da Eurocâmara, Antonio Tajani.

As negociações do Brexit estão paralisadas na questão sobre como evitar o retorno de uma fronteira clássica e manter a fluidez de circulação de bens entre Irlanda e e a província da Irlanda do Norte, para preservar os acordos de paz da Sexta-Feira Santa de 1998.

O período de transição, durante o qual Reino Unido poderia permanecer no mercado único europeu e na união alfandegária, permitiria manter parte do atual 'statu quo', mas Londres não participaria mais nas decisões do bloco que passou a integrar em 1973, ao lado da Irlanda.

A chefe de Governo britânico acredita que ampliar "em alguns meses" o período de transição, fixado atualmente até 31 de dezembro de 2020, daria mais tempo para concretizar a futura relação comercial com a UE, que deve encontrar uma solução definitiva ao problema irlandês.

Sem uma alternativa melhor, as duas partes concordaram em dezembro que a Irlanda do Norte continuaria ao final da transição no mercado único europeu e na união alfandegária, algo rejeitado agora por Londres porque isto criaria uma fronteira dentro de seu próprio país.

Para May, sob pressão da ala eurocética do Partido Conservador, esta possível prorrogação, que para o negociador europeu do Brexit, Michel Barnier, poderia seguir até o fim de 2021, "não deveria ser utilizada", pois trabalham para que a futura relação esteja concluída em 2020.

Os partidários de um 'Brexit duro' no Reino Unido criticaram, no entanto, uma eventual extensão da transição. "May brinca com o fogo", comenta o jornal conservador The Sun, que chama a ideia de "nova rendição".

"No momento, nada está sobre a mesa", disse uma fonte europeia, antes de indicar que corresponde o "Reino Unido solicitar" a medida. E então os 27 decidirão se aceitam, completou.

Migração

Os europeus, que descartaram a ideia de convocar uma reunião de cúpula extraordinária em novembro para concluir o Brexit por falta de "progressos suficientes", aceleraram os preparativos para enfrentar as consequências de um divórcio sem acordo com o Reino Unido no dia 29 de marçop de 2019.

O Brexit é uma das crises políticas abertas nos últimos anos no bloco, ao lado da divisiva política de recepção de refugiados.

Os 28 países devem abordar nesta quinta-feira a cooperação com os países de origem e de trânsito dos migrantes em situação irregular.

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