Testemunha-chave é interrogada em julgamento da Trump Organization por sonegação fiscal
A Promotoria acusa a empresa da família do ex-presidente de ter estabelecido durante anos um esquema de "cobiça e fraude"
Em agosto, Weisselberg, de 75 anos, que trabalha com Trump desde 1973, se declarou culpado de fraude e sonegação de impostos por US$ 1,76 milhão (James Devaney / Colaborador/Getty Images)
1 de novembro de 2022, 21h22
A Promotoria de Nova York interrogou, nesta terça-feira (1º), o controlador da Trump Organization, Jeffrey McConney, em uma tentativa de desvendar o esquema de compensação em espécie a seus executivos com o objetivo de sonegar impostos.
A Promotoria acusa a empresa da família do ex-presidente de ter estabelecido durante anos um esquema de "cobiça e fraude" para beneficiar seus executivos e a própria companhia a fim de se esquivar de suas obrigações fiscais.
Com sua assinatura, o controlador Jeffrey McConney, que trabalhou por 35 anos na empresa dos Trump, endossou pagamentos como o aluguel, mudança, móveis e até a escola dos netos do ex-diretor financeiro da empresa, Allen Weisselberg.
Em agosto, Weisselberg, de 75 anos, que trabalha com Trump desde 1973, se declarou culpado de fraude e sonegação de impostos por US$ 1,76 milhão em renda não declarada entre 2005 e 2021. O ex-executivo de 75 anos vinculou a Trump Organization diretamente a "uma ampla gama de atividades criminosas".
Em 2015, ele recebeu 106.215 dólares em renda, e outros 89.180 para pagar a escola de seus netos, a mesma frequentada pelo filho pequeno de Donald Trump.
"Quem decidiu que a Trump Organization pagaria a escola dos netos de Allen Weisselberg?", perguntou a acusação.
"A ideia de ser pago foi do próprio Allan Weisselberg", disse McConney. "Eu concordei e autorizei", acrescentou.
"Recebeu essas quantias em troca de reduzir seu salário", confirmou o controlador, em meio a ataques de tosse. Mais tarde, foi anunciado que ele havia testado positivo para covid-19.
Segundo a acusação, apresentada em 1º de julho de 2021, Weisselberg era um dos executivos que "recebia partes substanciais de seus rendimentos através de meios indiretos e encobertos".
Alguns dos pagamentos realizados estavam autorizados por Donald Trump, segundo os documentos mostrados pela acusação.
Após o acordo alcançado com a Promotoria para depor, o ex-executivo, que antes de ser diretor financeiro tinha sido contador e controlador da companhia, pagará US$ 2 milhões em ressarcimento e irá cumprir cinco meses de prisão.
A acusação garante que McConney e Weisselberg conspiraram para enganar o Tesouro, escondendo pagamentos em espécie e bonificações que deveriam ter sido declaradas.
Além de McConney, Weisselberg será uma das testemunha-chave deste processo penal contra a empresa agora dirigida pelos filhos do ex-presidente, Eric e Donald Trump Jr. Se for considerada culpada, a Trump Organization pode ser multada em até 1,6 milhão de dólares.
O bilionário, que não esconde suas intenções de se candidatar novamente às eleições presidenciais de 2024, não está pessoalmente envolvido neste caso, embora tenha outros processos na justiça.
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