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Tese alemã sobre quebra parcial da Grécia ganha força

De acordo com fontes europeias, contribuição privada será dada na forma de um plano global de ajuda

Objetivo da zona do euro é diminuir dívida da Grécia para 120% do PIB em 2012 (Thomas Coex/AFP)

Objetivo da zona do euro é diminuir dívida da Grécia para 120% do PIB em 2012 (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2011 às 17h26.

Bruxelas - A tese liderada pela Alemanha para conseguir uma substancial contribuição dos credores privados ao resgate da Grécia ganha força dentro da União Europeia, onde já é dado por certo que será muito difícil evitar a declaração de uma quebra parcial.

O ministro de Finanças holandês, Jan Kees de Jager, grande aliado da Alemanha, confirmou que foi eliminada da equação um requisito até agora considerado essencial: driblar a declaração de falta de pagamento seletivo de um país membro da zona do euro.

Dessa forma foi esclarecido com clareza algo que já era comentado nos corredores de Bruxelas: que o objetivo acordado até agora na zona do euro era conseguir uma contribuição privada substancial sem declarar uma quebra, já que essa era "uma contradição" por si só, como advertiram as agências de classificação.

Como informou o ministro holandês, os titulares de Finanças do euro deram "um passo adiante nesse sentido" durante a reunião de segunda-feira em Bruxelas, ao "romper" essa "difícil" contradição e determinar que a falta de pagamento "já não está excluído".

Fontes europeias explicaram que a contribuição do setor privado será formada em um plano global para a Grécia, que vai incorporar um segundo resgate para o país com juro mais exíguo e prazos mais longos, assim como um programa de recompra de bônus gregos nos mercados secundários.

O objetivo da zona do euro é reduzir o volume de dívida grega em circulação de 166,1% do Produto Interno Bruto que está previsto que alcance em 2012 para 120% (no final de 2010 era de 142,8%), explicaram as fontes.

Este plano, defendido pela Alemanha, Holanda e Finlândia, ganha força apesar da oposição do Banco Central Europeu, quem insistiu em que deve ser evitado a todo custo a declaração de quebra parcial da dívida grega, por considerar que teria consequências para a economia mundial piores do que a queda do Lehman Brothers e aumentaria o risco de contágio de outros países.


Na mesma linha, a vice-presidente econômica do Governo espanhol, Elena Salgado, insistiu nos dois últimos dias em que a participação dos credores privados da Grécia deve ser completamente voluntária, com objeto de não contribuir à instabilidade financeira.

Precisamente, a incerteza sobre o segundo resgate da Grécia é um dos fatores que avivou as recentes turbulências nos mercados.

A decepção sobre o resultado da reunião do Eurogrupo realizada na véspera, na qual os ministros se limitaram a esboçar medidas para abordar a crise da dívida, ocasionou nesta terça-feira um novo dia de fortes quedas das bolsas de valores no continente e situou as gratificações de risco espanhola e italiana nos máximos patamares.

Esta circunstância levou o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, a pedir "uma resposta europeia firme, articulada, clara e rápida" para "devolver a confiança" aos mercados e cortar o "grave episódio" que afeta à dívida de vários países da zona do euro.

Fontes europeias confirmaram que o presidente do Conselho, Herman van Rompuy, planeja convocar uma cúpula na próxima sexta-feira para enfrentar a crítica situação, mas encontrou reservas da Alemanha e da Holanda.

Por outro lado, Bruxelas confia em que a publicação dos testes de solvência dos bancos na próxima sexta-feira, acompanhadas de decisões "ágeis" para recapitalizar no prazo de três meses os bancos que suspendam os testes, contribuam para conter as turbulências dos mercados.

O comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, explicou que a crise que afeta atualmente à Europa é uma "combinação de problemas com a dívida soberana e debilidades no setor bancário" que não pode ser solucionada "isoladamente, uma depende da outra".

Neste sentido, disse, "testes de esforços rigorosos, seguidos de uma atuação ágil quando for necessário, serão elementos essenciais da resposta global e contribuirão para conter as atuais turbulências que vemos nos mercados financeiros".

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