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Terremoto no Chile põe a toda prova governo de Bachelet

As regiões de Arica e Parinacota e Tarapacá, no extremo norte do país, foram as mais afetadas pelo terremoto, que também abrangeu a área de Antofagasta


	Michele Bachelet: "Todas as estruturas funcionaram. Houve informação imediata e oportuna para poder tomar as decisões que correspondiam"
 (©AFP / Joel Saget)

Michele Bachelet: "Todas as estruturas funcionaram. Houve informação imediata e oportuna para poder tomar as decisões que correspondiam" (©AFP / Joel Saget)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 19h26.

Santiago do Chile/Iquique - País mais sísmico do mundo, o Chile sofreu uma nova investida da natureza com um terremoto de 8,2 graus de magnitude que castigou o norte do país, provocou seis mortes e pôs a toda prova as medidas governamentais de resguardo da população, que desta vez se mostraram efetivas.

"Todas as estruturas funcionaram. Houve informação imediata e oportuna para poder tomar as decisões que correspondiam", declarou a presidente Michelle Bachelet na cidade de Iquique, 1.857 quilômetros ao norte da capital, para onde se transferiu na primeira hora desta quarta-feira.

"Tudo foi respondido como devia, adequadamente", acrescentou depois de se reunir com autoridades regionais para conhecer os danos causados pelo sismo, que foi seguido por um tsunami que não teve consequências catastróficas.

As regiões de Arica e Parinacota e Tarapacá, no extremo norte do país, foram as mais afetadas pelo terremoto, que também abrangeu a área de Antofagasta.

As autoridades informaram até agora da morte de seis pessoas por esmagamento, quedas ou infartos e de danos em 2.500 imóveis na cidade de Alto Hospicio, próxima à cidade de Iquique.

"Os organismos institucionais, tanto da prefeitura como do exército, operaram com muita solidez e rapidez nesta emergência", informou o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy, após chegar horas antes que Bachelet a Iquique.

Algo muito diferente do acontecido no terremoto de fevereiro de 2010 de uma magnitude de 8,8 graus e que sacudiu o centro sul do Chile, quando Bachelet concluía seu primeiro mandato.


Nessa ocasião a governante foi duramente criticada porque a população não foi alertada oportunamente sobre o tsunami que sucedeu o sismo, o que custou a vida de 156 pessoas - 20 delas desaparecidas - de um total de 526 vítimas mortais deixadas pelo cataclismo.

Desta vez se decretou quase imediatamente depois do terremoto um alerta de tsunami em toda a costa chilena, de 5.300 quilômetros de extensão.

Devido a isso, quase um milhão de habitantes passaram a noite acampando ou em refúgios na parte alta das cidades, para manter-se afastados do litoral uma vez que soou o alerta de maremoto, que só foi suspenso durante a madrugada.

Apesar da diminuição do risco, em todas as localidades litorâneas do Chile as aulas foram suspensas nesta quarta-feira.

Bachelet destacou o comportamento da população, que qualificou de "exemplar", ao realizar a evacuação das zonas litorâneas com bastante calma, embora muitas pessoas não tenham seguido a instrução de dirigir-se às áreas altas caminhando e não em automóveis, o que causou engarrafamentos.

"O Chile é um país sísmico, sempre temos que estar preparados para reagir perante este tipo de emergências naturais", declarou hoje à Agência Efe o ministro secretário-geral de governo, Álvaro Elizalde.

O ministro ressaltou que "a população respondeu de forma muito boa" perante o alarme de tsunami emitido pelo Escritório Nacional de Emergência (Onemi).

Um relatório divulgado hoje pelo Onemi detalhou que ainda há oito trechos interrompidos em diferentes estradas na zona norte do país e que o hospital regional de Iquique registrou danos que ainda estão sendo avaliados.


Além disso, o relatório destacou que o serviço de eletricidade e água potável estava quase totalmente restabelecido nas principais cidades do norte.

No entanto, ainda não há informação detalhada do ocorrido em povoados menores localizados na área da Cordilheira dos Andes.

As empresas mineradoras de cobre que ficam nessa mesma área ativaram planos de contingência de forma preventiva, embora tenham informado que não sofreram interrupções em sua produção como consequência do terremoto.

Apesar disso, o valor do metal vermelho saltou a seu máximo em três meses ao cotar a US$ 3,04 por libra na Bolsa de Metais de Londres, já que no território afetado pelo sismo se encontram as maiores jazidas de cobre do mundo.

Por outra parte, o Centro Sismológico Nacional informou que até o momento foram registradas quase 100 réplicas do terremoto, mas advertiu que estas poderiam se repetir durante meses.

Entre os especialistas em sismologia ainda não há consenso se o terremoto desta terça-feira corresponde ao megamovimento de placas tectônicas previsto para o norte do Chile, onde se produziu uma "lacuna sísmica" de 137 anos.

O diretor do Centro Sismológico Nacional, Sergio Barrientos, sustentou que "é provável" que um grande terremoto nessa região "possa ser descartado", mas indicou que poderiam registrar-se novos sismos de uma magnitude similar ao de terça-feira.

No entanto, sismólogos dos Estados Unidos consideraram que a ameaça de um grande terremoto de 9 graus de magnitude segue vigente no norte do Chile.

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