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Terremoto na Turquia e Síria: número de mortos sobe para 3 mil

Castelo de Gaziantep, fortificação turca construída no século II, foi severamente danificado pelo terremoto

Terremoto na Turquia: edifícios desabaram em uma faixa de fronteira que se estende das cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia (Ismail Sen /Anadolu Agency/Getty Images)

Terremoto na Turquia: edifícios desabaram em uma faixa de fronteira que se estende das cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia (Ismail Sen /Anadolu Agency/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2023 às 10h51.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2023 às 17h55.

O forte terremoto de magnitude 7,8 sentido no sudeste da Turquia e no norte da Síria na manhã desta segunda-feira, 6, derrubou centenas de prédios e matou mais de 3 mil pessoas. Acredita-se que haja mais de três mil feridos, e centenas ainda estejam presas sob os escombros. O número de vítimas deve aumentar à medida que equipes de resgate vasculham montes de destroços em cidades e vilas da região.

A tragédia aconteceu às 4h17 no horário local (22h10 de domingo no horário de Brasília). O epicentro foi próximo a Gaziantepe, cidade turca de aproximadamente dois milhões de habitantes perto da fronteira com a Síria.

Segundo as equipes de resgate, centenas de pessoas ainda estão presas sob os escombros e destroços em cidades e vilas em toda a área. Na Turquia, onde o epicentro foi registrado, o serviço de emergências reportou ao menos 1.762 mortos em seu último boletim. As autoridades registraram, ainda, mais de 11.000 feridos.

Na Síria, o terremoto deixou pelo menos 1.293 mortos e mais de 2.400 feridos. O Ministério da Saúde sírio registrou 593 mortos e 1.403 feridos nas regiões sob o controle do governo neste país em guerra.

Os Capacetes Brancos, que atuam em áreas da Síria nas mãos dos rebeldes, informaram que houve ao menos 700 mortos e mais de 1.050 feridos nestes setores.

Agências de notícias relatam que edifícios desabaram em uma faixa de fronteira que se estende das cidades de Aleppo e Hama, na Síria, até Diyarbakir, na Turquia, a mais de 330 km a nordeste.

O epicentro do terremoto foi registrado na região entre as cidades de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, segundo os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha, que monitoram fenômenos do tipo em todo o mundo.

Um novo terremoto de magnitude 7,8 atingiu a região às 13h24 (7h24 no horário de Brasília), quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, de acordo com o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara.

É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando-se em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia.

Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas. "Minha irmã e seus três filhos estão sob os escombros. Também seu marido, seu sogro e sua sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros", disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir.  "A irmã dele ainda está sob os escombros", disse uma mulher, apontando para outra vítima inconsolável na mesma cidade.

Castelo de 2 mil anos é danificado

O castelo de Gaziantep, uma fortificação construída no século II foi severamente danificado pelo terremoto. A cidade turca que batiza o castelo fica próxima ao local onde foi registrado o epicentro do terremoto.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o antes e depois do castelo de Gaziantep, ponto turístico mais famoso da cidade turca. Situado no topo de uma colina que já era utilizada como ponto de observação pelo povo hitita séculos antes de Cristo, o castelo foi destruído parcialmente.

De acordo com o portal de divulgação cultural do governo turco, o castelo de Gaziantep foi construído como uma torre de vigia durante o período romano, mas a estrutura atual foi construída no período bizantino. O castelo tem uma forma circular, com 12 torres distribuídas em suas muralhas.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais é possível ver que partes das muralhas das fortalezas e torres de vigia foram abaixo e outras partes foram fortemente danificadas.

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