Mundo

Teerã pede à ONU que condene os EUA por violação de seu espaço aéreo

Segundo o governo iraniano, seu espaço aéreo é violado por um avião espião não-tripulado dos Estados Unidos

A carta foi enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon  (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

A carta foi enviada ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (Spencer Platt/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 12h00.

Teerã - O Irã solicitou ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao Conselho de Segurança e à Assembléia Geral das Nações Unidas que condenem a violação de seu espaço aéreo por um avião espião não-tripulado dos Estados Unidos, informou nesta sexta-feira a agência 'Irna'.

Na carta enviada a Ban e aos presidentes dos principais órgãos da ONU, o representante do Irã nas Nações Unidas Mohamad Khazai afirma que 'a descarada e provocativa violação do espaço aéreo pelo Governo dos EUA é uma ação hostil'.

O Governo iraniano entende que a ação dos EUA 'evidentemente contradiz a legislação internacional e os princípios básicos da Carta das Nações Unidas', por isso a condena.

Khazai afirma que o avião de espionagem não-tripulado americano RQ-170 Sentinel ultrapassou 250 quilômetros do território iraniano até ser derrubado pelas Forças Armadas do Irã.

'A República Islâmica do Irã tem o direito legítimo de tomar as medidas necessárias para proteger sua soberania', informa a carta de Khazai.

Por isso, o representante exige 'a condenação desta agressão e a aplicação de medidas efetivas e claras para pôr fim a estas ações perigosas e ilegais, e para manter a paz na região e a segurança internacional, de acordo com a Carta das Nações Unidas'.


Na quinta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou a responsável de negócios da Suíça em Teerã, Livia Leu Agosti, para manifestar seu protesto e pedir indenização pela incursão do avião espião americano.

Na carta entregue à diplomata suíça, cuja embaixada abriga o Escritório de Interesses dos EUA em Teerã, o Irã informa que a violação do espaço aéreo 'vai contra todas as normas e regulações reconhecidas pela lei internacional e representa um ameaça à paz e à segurança regional e interna (do Irã)'.

'A República Islâmica adverte firmemente ao Governo dos EUA contra a repetição destes fatos e se reserva ao direito de adotar qualquer medida apropriada para proteger os direitos iranianos', declarou o Ministério.

Na quinta-feira à noite, a TV oficial iraniana mostrou um vídeo do avião espião americano que as Forças Armadas do Irã afirmam ter derrubado no leste do país em 4 de dezembro.

As imagens com dois minutos de duração mostram dois militares do Corpo de Guardiães da Revolução iraniana examinando o equipamento que dizem ser um RQ-170 Sentinel, o mais avançado dos aviões não-tripulados de reconhecimento e espionagem eletrônica dos EUA.

De acordo com a emissora iraniana, o aparelho foi derrubado há quatro dias pela unidade de guerra eletrônica do Exército do Irã quando voava sobre a cidade de Kashmar, a 225 quilômetros da fronteira com o Afeganistão, país por onde entrou no espaço aéreo iraniano.

Fontes dos EUA e da Otan admitiram há dois dias ter perdido um avião de reconhecimento não-tripulado no oeste do Afeganistão, na fronteira com o Irã, que poderia corresponder ao que os iranianos garantem ter derrubado.

Na quinta-feira, a imprensa americana divulgou na internet que o aparelho mostrado pela televisão iraniana é mesmo o RQ-170 Sentinel perdido pelos EUA na fronteira entre o Afeganistão e o Irã. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)Irã - PaísONUPaíses ricos

Mais de Mundo

Jovens da Venezuela se preparam para sua primeira eleição

Trump retoma campanha contra um Biden enfraquecido

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Há comida nos mercados, mas ninguém tem dinheiro para comprar, diz candidata barrada na Venezuela

Mais na Exame