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Suspeito é preso em caso de assassinato de general russo Igor Kirillov

Kirillov foi assassinado em ataque com bomba em Moscou; suspeito afirma ter sido contratado por inteligência ucraniana

Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa Nuclear, Química e Biológica da Rússia, foi alvo de um ataque com explosivos em Moscou, elevando as tensões no conflito com a Ucrânia. (AFP)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 09h01.

As autoridades russas anunciaram a prisão de um suspeito no caso do assassinato do general Igor Kirillov , chefe das Forças de Defesa Nuclear, Química e Biológica da Rússia.Kirillov morreu na última terça-feira, 17, com seu assistente, após a explosão de uma bomba instalada em uma scooter do lado de fora de sua residência em Moscou.

Segundo informações do Financial Times, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) revelou que o suspeito é um cidadão uzbeque, acusado de plantar e detonar remotamente o explosivo. Em um vídeo divulgado pelo FSB, o suspeito confessou ter adquirido a scooter meses antes e instalado uma câmera em um carro alugado para registrar o ataque. Segundo ele, a inteligência ucraniana teria oferecido US$ 100 mil (cerca de R$ 611 mil) e um passaporte europeu em troca da execução do atentado.

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O atentado que tirou a vida de Kirillov é o mais significativo envolvendo um oficial russo de alto escalão desde o início da invasão em larga escala da Ucrânia, ordenada pelo presidente Vladimir Putin em 2022.A explosão também marca um dos ataques mais ousados de uma série de assassinatos de oficiais russos atribuídos aos serviços de segurança da Ucrânia, ocorridos em áreas sob controle russo.

Até o momento, Putin não se pronunciou oficialmente sobre o ataque. No entanto, Dmitry Medvedev, ex-presidente e atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, pediu retaliações severas contra os responsáveis, afirmando que as autoridades em Kiev devem ser "destruídas".

Quem era Igor Kirillov

Igor Kirillov, de 54 anos, era um dos alvos de sanções impostas pelo Reino Unido desde outubro, devido ao uso de armas químicas descrito como "bárbaro" na guerra contra a Ucrânia. Entre as acusações, estava a utilização de agentes químicos tóxicos, como o cloropicrina, contra forças ucranianas.

Além disso, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) havia emitido, um dia antes do atentado, um "aviso de suspeita" contra Kirillov por supostos crimes de guerra.Entre as alegações, estavam o uso de armas químicas contra as tropas ucranianas e acusações de envolvimento em operações para espalhar desinformação. Kirillov era conhecido por realizar briefings públicos nos quais acusava a Ucrânia de planos para utilizar armas químicas e até mesmo drones desenvolvidos nos EUA para disseminar doenças, como a malária, entre soldados russos.

Escalada nas tensões entre Rússia e Ucrânia

O atentado ocorre em um momento de escalada nas tensões entre Moscou e Kiev, refletindo o aumento da atividade de sabotagem e ataques atribuídos à Ucrânia em território russo. Especialistas apontam que ações como esta têm o objetivo de desestabilizar a liderança militar russa e demonstrar a capacidade de operações profundas por parte dos serviços de inteligência ucranianos.

Enquanto o governo russo promete retaliações, o incidente levanta questões sobre a segurança interna em Moscou e os desafios crescentes enfrentados pelas autoridades russas em proteger figuras de alto escalão em meio ao prolongamento do conflito com a Ucrânia.

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