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Suspeito de homicídio, criador da Mcafee teme pela vida

''Sob nenhuma circunstância vou falar com a polícia deste país voluntariamente'', comentou Mcafee, que se mostrou convencido que é vítima de um complô


	Logo da McAfee é vista em edifício da companhia em Santa Clara, na Califórnia
 (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

Logo da McAfee é vista em edifício da companhia em Santa Clara, na Califórnia (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 20h31.

Los Angeles (EUA) - O milionário criador do antivírus Mcafee, John Mcafee, se tornou um fugitivo da Justiça de Belize que lhe procura pelo assassinato de seu vizinho, uma acusação da qual se defendeu em entrevista concedida à revista ''Wired'' na qual assegurou temer por sua vida.

A história de Mcafee aparecerá no número de janeiro da revista, que antecipou um trecho da entrevista na internet.

''Sob nenhuma circunstância vou falar com a polícia deste país voluntariamente'', comentou Mcafee, que se mostrou convencido que é vítima de um complô.

''Pode dizer que sou paranoico, mas eles querem me matar, não há dúvidas. Estiveram tentando me pegar durante meses, querem me silenciar. Não agrado o primeiro-ministro, sou um espinho para todos'', alegou.

Mcafee fez fortuna após fundar na Califórnia no final dos anos 1980 a companhia informática de sistemas antivírus que leva seu sobrenome.

Em 2008 decidiu aposentar-se e se estabeleceu em Ambergris Caye, uma ilha situada perto de Belize e pertencente a esse país centro-americano que agora quer interrogá-lo para determinar sua participação no assassinato, no fim de semana passado, de seu vizinho, o americano Gregory Faull, de 52 anos.

''Acho que talvez estivessem atrás de mim. Acharam que ele era eu. Erraram de casa. Ele está morto, o mataram. Isto me espantou'', declarou Mcafee, insistindo na ideia de uma conspiração para conseguir que desapareça do país.


Segundo seu relato, após saber do homicídio, se pôs em alerta e quando soube que a polícia se dirigia a sua casa, se escondeu. Mcafee explicou que se enterrou na areia, embaixo de papelões, para evitar ser descoberto enquanto vasculhavam seu domicílio.

A polícia confiscou várias armas na casa de Mcafee no domingo, mas já em abril as autoridades tinham entrado em sua casa porque diziam ter indícios que estava fabricando drogas e possuía armamento sem licença, acusações que foram retiradas posteriormente.

Mcafee disse ao repórter da ''Wired'' que tinha uma pistola Luger de 9 milímetros como a usada para matar seu vizinho, mas ressaltou que as autoridades a apreenderam em abril.

O estopim por trás deste último episódio na vida de Mcafee, segundo seu testemunho, é um conflito com seus vizinhos pela atitude agressiva dos cachorros que protegem sua propriedade.

Seus cães foram envenenados na sexta-feira pela noite, segundo Mcafee, depois que Faull e outros moradores se queixassem às autoridades que ladravam de forma ameaçadora cada vez que alguém caminhava pela praia perto da propriedade.

Mcafee culpou diretamente os agentes da Guarda Costeira do envenenamento e descartou que Faull tivesse algo a ver com o ocorrido.

Apesar de sua situação complicada, o milionário descartou abandonar Belize. ''Gosto muito daqui, é o lugar mais lindo da Terra'', declarou.

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