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Surto de cólera agrava extrema situação de fome no Sahel

Nesta terça-feira, três agências humanitárias das Nações Unidas alertaram sobre as devastadoras consequências de uma situação que se degrada dia a dia

Vila em Senegal: segundo balanços, no ano passado mais de 700 pessoas morreram por cólera no Sahel e mais de 29 mil casos foram registrados (Wikimedia Commons)

Vila em Senegal: segundo balanços, no ano passado mais de 700 pessoas morreram por cólera no Sahel e mais de 29 mil casos foram registrados (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 14h05.

Genebra - Um surto de cólera complica ainda mais os insustentáveis níveis de desnutrição infantil nos países do Sahel, agravados também pelo fluxo de refugiados que partem para a região por conta da violência e a instabilidade política em Mali.

Nesta terça-feira, três agências humanitárias das Nações Unidas alertaram sobre as devastadoras consequências de uma situação que se degrada dia a dia.

O Sahel é uma região que forma um corredor quase ininterrupto entre o Atlântico e o Mar Vermelho e que abrange alguns países da África como Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Fasso, Níger, Somália, Etiópia e outros.

Segundo balanços, no ano passado mais de 700 pessoas morreram por cólera no Sahel e mais de 29 mil casos foram registrados.

Apenas em uma semana, foram detectados, no norte de Mali, 34 casos da doença. Grande parte das vítimas são crianças, e nos últimos dias, duas faleceram, de acordo com dados da Unicef.

Mas a maioria dos casos foi registrada no Níger, onde o Ministério da Saúde detectou três vezes mais casos de cólera no primeiro semestre do ano que no mesmo período em 2011.

A epidemia de cólera na região foi controlada há alguns anos, mas ressurgiu e, só no ano passado, afetou 67 mil pessoas e causou mais de 2 mil mortes, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O controle da doença é muito difícil e a causa vai além dos problemas internos de cada país afetado, mas principalmente pelo fluxo de refugiados malinenses

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) estima que, desde janeiro, cerca de 365 mil malinenses fugiram; 160 mil se deslocaram internamente, e o resto se refugiou em Burkina Fasso (65.009), Mauritânia (89.390) e Níger (50.813). 

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