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Supremo da Venezuela nomeia nova vice-procuradora-geral

Nomeação ocorre um dia após o Parlamento, controlado pela oposição, ratificar nesse cargo Rafael González, nomeado pela Procuradora-Geral Luisa Ortega

Tribunal Supremo da Venezuela nomeou outra vice-procuradora geral e passou por cima da decisão da titular no cargo, Luisa Ortega (FEDERICO PARRA/AFP/AFP)
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EFE

Publicado em 4 de julho de 2017 às 14h21.

Caracas - O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) designou nesta terça-feira Katherine Harrington como vice-procuradora-geral, um dia após o Parlamento, controlado pela oposição, ratificar nesse cargo Rafael González, que fora nomeado pela procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, em 17 de abril.

O presidente da Sala Constitucional do Supremo, Juan Mendoza Jover, explicou no ato que a designação de González foi cancelada por não ter sido revisada em um primeiro momento pela Câmara, que, segundo o TSJ, está em status de "desacato". Com isso, o TSJ alega que Ortega Díaz deveria ter submetido sua decisão à avaliação do Supremo.

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O presidente do país, Nicolás Maduro, nomeou em 2015 Harrington como vice-ministra para o Sistema Integrado de Investigação Penal e é considerada pela oposição como uma aliada da chamada revolução bolivariana.

Sancionada pelos Estados Unidos em 2015 com congelamento de bens e proibição de entrada no país, ela tomou posse com a presença da imprensa e não deu declarações.

Em 2015, Ortega Díaz descreveu Harrington como uma "mulher valente", e diante da sanção imposta pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA, lhe manifestou pleno apoio.

"Não somente o apoio da procuradora-geral, mas de toda a instituição do Ministério Público, e tenho certeza que todo o povo venezuelano está contigo (...) pretendem impedir que os procuradores cumpram com suas funções, querem impedir que Katherine trabalhe", disse Ortega Díaz na ocasião.

Harrington esteve vinculada em acusações contra vários líderes opositores, entre eles a ex-deputada María Corina Machado, o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma - atualmente em prisão domiciliar -, e o diplomata venezuelano Diego Arria.

A procuradora-geral se distanciou do governo ao denunciar a "ruptura constitucional" por parte do Supremo e ao se opor à mudança de Constituição que é promovida por Maduro, o que lhe rendeu, por parte dos chavistas, o rótulo de "traidora".

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