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Suposto neonazista fere 4 policiais na Alemanha

Segundo o relato dos policiais, o ultradireitista abriu fogo contra os agentes assim que percebeu a presença deles, sem que houvesse qualquer abordagem

Alemanha: o homem pertence supostamente ao movimento "Reichsburger" (Cidadãos do Reich) (Sean Gallup/Getty Images)

Alemanha: o homem pertence supostamente ao movimento "Reichsburger" (Cidadãos do Reich) (Sean Gallup/Getty Images)

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EFE

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 12h00.

Berlim - Quatro policiais ficaram feridos nesta quarta-feira, alguns deles gravemente, após serem atacados a tiros por um ultradireitista durante uma operação em Georgensgmund, no sul da Alemanha, conforme informou o ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann.

O homem de 49 anos, que foi apontado como atirador, está preso e apresenta ferimentos leves, pertence supostamente ao movimento "Reichsburger" (Cidadãos do Reich), que não reconhecem a legalidade da República Federal Alemã e negam o Holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial.

Segundo fontes policiais, o homem tinha uma permissão de caça e possui cerca de 30 armas de diferentes calibres, entre elas algumas peças históricas e outras de fabricação americana.

Segundo o relato dos policiais que participaram da ação, o ultradireitista abriu fogo contra os agentes assim que percebeu a presença deles, sem que houvesse qualquer abordagem inicial ou algum tipo de conversa, por volta das 6h locais (2h de Brasília).

Herrmann explicou que um dos agentes foi ferido com gravidade e teve que ser transferido com urgência para um centro médico em Nuremberg para passar por cirurgia, mas acrescentou que ele não corre risco de morte e seu estado é estável.

O ministro do Interior da Baviera acrescentou que parte dos "cidadãos do Reich" são "extremistas" e "perigosos" porque não reconhecem a legalidade, por isso são monitorados pelo serviço de inteligência.

"Aparentemente, trata-se de pessoas que estão dispostas a praticar uma violência brutal contra representantes do Estado", disse Herrmann, que defendeu que as autoridades tomem medidas "preventivas e repressivas" necessárias para proteger a população deste grupo.

Há menos de dois meses, o uma ação de despejo de um integrante dos "Reichsburger" também terminou com um tiroteio em Reuden, no leste do país, no qual três pessoas ficaram feridas, dois policiais e o próprio extremista.

Um dia antes desse incidente, as autoridades tinham tentado realizar a ação de despejo, mas não obtiveram sucesso, já que o morador, de 41 anos, resistiu no local com outros 15 integrantes de seu grupo, que atiraram pedras e outros objetos contra a polícia.

Os "cidadãos do Reich" são um coletivo heterogêneo que sustentam a tese de que a República Federal da Alemanha foi fundada sobre fundamentos jurídicos ilegítimos e defendem que o Terceiro Reich segue de pé, de acordo com um documento do Ministério do Interior.

O texto, datado de 2012, mas que hoje voltou a ser divulgado por esse departamento por considerá-lo atual, indica que o grupo é uma "espécie de seita de extrema-direita" com um "núcleo de direita radical que não é inofensivo".

Os "cidadãos do Reich" se negam a pagar impostos, defendem "teorias da conspiração" e tese "esotéricas", como a que as fronteiras verdadeiras da Alemanha são as de 1937, que os levam a fabricar documentos de identidade falsos e a atribuírem funções ministeriais para si em seu suposto Estado.

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