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Superiate de bilionário russo aparece misteriosamente em Hong Kong

Avaliado em US$ 500 milhões, superiate parece estar seguro embora o governo local tenha aplicado as sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas

O megaiate estava ancorado desde março no porto de Vladivostok, na Rússia, depois de paradas nas Maldivas e Seychelles durante o inverno do hemisfério norte. (Getty Images/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 8 de outubro de 2022 às 17h43.

O superiate Nord avaliado em US$ 500 milhões, ligado ao bilionário russo alvo de sanções Alexey Mordashov, ancorou misteriosamente em Hong Kong em meio aos esforços do Ocidente para apreender bens de luxo das elites russas enquanto a guerra na Ucrânia se arrasta.

O megaiate estava ancorado desde março no porto de Vladivostok, na Rússia, depois de paradas nas Maldivas e Seychelles durante o inverno do hemisfério norte. Com cerca de 142 metros - possivelmente um dos maiores iates do mundo - o Nord deixou Seychelles no dia 12 de março, estacionou brevemente no Sri Lanka e chegou a Vladivostok no final daquele mês.

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Com dois helipontos, um cinema e 20 cabines de luxo, o superiate Nord partiu de Vladivostok no dia 27 de setembro e listou o porto vietnamita de Da Nang como destino. Alguns dias depois, mudou seu destino para Hong Kong, onde ancorou na noite de quarta-feira, segundo dados de localização de navios compilados pela Bloomberg.

Até o momento, o superiate parece estar seguro nas águas de Hong Kong. Embora o governo de Hong Kong tenha aplicado as sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, disse que não tem “autoridade legal para tomar medidas sobre sanções unilaterais impostas por outras jurisdições”, de acordo com um comunicado do Departamento da Marinha.

“Alguns países podem impor sanções unilaterais contra certos lugares com base em suas próprias considerações”, disse o Departamento da Marinha.

Bilionário russo é alvo de sanções

Mordashov, o maior acionista da siderúrgica Severstal PJSC e o terceiro homem mais rico da Rússia, manteve sua Nord ancorada em portos russos até sua partida na semana passada, apontam dados compilados pela Bloomberg.

Mordashov foi sancionado pela União Europeia, Reino Unido e EUA após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro. Em maio, ele se juntou a uma lista crescente de conhecidos empresários russos que tentam combater as sanções impostas a ele pela UE.

Um porta-voz de Mordashov disse que está atualmente em Moscou e se recusou a comentar sobre os movimentos do iate.

Confisco geral

Mais de uma dúzia de iates ligados a empresários russos sancionados e valendo mais de US$ 2,25 bilhões foram apreendidos pelos governos dos EUA e da Europa para puni-los por seus laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin. Outros megaiates foram imobilizados em portos ou estaleiros navais em toda a Europa após a invasão, enquanto as autoridades tentam impedir que os navios se mudem para portos onde as sanções não se aplicam.

Alguns megaiates fugiram para a Rússia, Turquia e alguns outros paraísos amigáveis. Os EUA formaram uma força-tarefa chamada KleptoCapture para perseguir os ativos dos oligarcas russos. A unidade, juntamente com o FBI e outras agências, enviou agentes a Fiji para apreender o Amadea de US$ 325 milhões que os EUA disseram pertencer ao bilionário russo Suleiman Kerimov.

A apreensão resultou em uma longa batalha legal em Fiji que terminou em uma grande vitória para os EUA depois que um tribunal de Fiji permitiu que os EUA apreendessem o navio. As autoridades dos EUA contrataram uma nova tripulação e levaram o iate para um porto no sul da Califórnia no final de junho.

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