Sudeste Asiático aprova declaração de direitos humanos
Texto polêmico foi criticado pela Organização das Nações Unidas
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2012 às 08h27.
Phnom Penh, 18 nov (EFE).- Os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) aprovaram neste domingo durante a Cúpula de Phnom Penh a declaração conjunta de direitos humanos apesar de seu texto ter sido criticado pela ONU por considerá-lo deficiente.
A aprovação da declaração de direitos humanos, de cumprimento não obrigatório, foi anunciada pelo grupo regional mediante um breve comunicado e depois confirmada pelo ministro de Relações Exteriores cambojano, Hor Namhong, que disse à imprensa que o documento representa um 'marco para a região'.
Esta declaração convoca cada um dos dez estados da Asean a eliminar a tortura, as detenções arbitrárias e outros tipos de abusos dos direitos humanos, cujo respeito nunca foi uma prioridade da organização, desde que nasceu em 1967 pelas mãos de Filipinas, Indonésia, Malásia, Cingapura e Tailândia para frear a expansão do comunismo no Sudeste Asiático.
A Asean estacionou a defesa institucional dos direitos humanos quando Brunei se uniu à organização regional e durante a década de 1990 passaram também a fazer parte desta os regimes socialistas de Vietnã e Laos, assim como a militarizada Mianmar e Camboja, que emergia após mais de 30 anos de guerra civil.
Segundo a Asean, a declaração contribuirá para robustecer os valores democráticos nos países desta organização, que aplica o princípio da 'não ingerência' nos assuntos internos de cada um de seus membros, o que, de acordo com os analistas, facilita que os governos cometam abusos com impunidade.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navanethem Pillay, considerou nesta semana na Indonésia durante sua viagem pela região que o conteúdo da declaração redigida pela Asean era insuficiente e instou os países do grupo a adiar a aprovação a fim de melhorar o texto.
Também antes da cúpula, organizações não-governamentais, entre estas a Federação Internacional de Direitos Humanos, Human Rights Watch e Anistia Internacional, pediram à Asean que postergasse a aprovação da declaração argumentando que esta descumpre os padrões internacionais.
Segundo estas organizações a declaração elaborada pela Comissão Intergovernamental da Asean limita os direitos humanos dos cidadãos em relação aos seus 'deveres', assim como com os contextos políticos e religiosos dos países ou questões de segurança e moral nacionais.
A ONU e as ONGs também criticaram o processo pela falta de participação das associações civis e pelo segredo em torno das negociações para a redação da minuta.
A Asean se colocou em 1993 a necessidade de contar com algum tipo de mecanismo de direitos humanos, mas não foi até 14 anos depois quando criou um organismo específico com o estabelecimento de uma nova carta de fundação do grupo que vislumbra uma integração parecida com a europeia.
Este bloco regional criado em 1967 integra países com sistemas políticos e sociedades muito diversss, como os comunistas do Vietnã e Laos, o sultanato de Brunei ou as democracias autoritárias e Camboja e Cingapura.
Outros membros são Mianmar, ex-regime militar em processo de reformas, Indonésia, Filipinas, Malásia e Tailândia.
Juntos formam uma comunidade de mais de 600 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de mais de US$ 1,7 trilhão.
A aprovação da declaração, que diz que 'os direitos humanos devem ser considerados levando em conta o diferente contexto político, legal, social, cultural, histórico e religioso', segue à criação da Comissão Intergovernamental de Direitos Humanos da Asean em 2009.
Phnom Penh, 18 nov (EFE).- Os líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) aprovaram neste domingo durante a Cúpula de Phnom Penh a declaração conjunta de direitos humanos apesar de seu texto ter sido criticado pela ONU por considerá-lo deficiente.
A aprovação da declaração de direitos humanos, de cumprimento não obrigatório, foi anunciada pelo grupo regional mediante um breve comunicado e depois confirmada pelo ministro de Relações Exteriores cambojano, Hor Namhong, que disse à imprensa que o documento representa um 'marco para a região'.
Esta declaração convoca cada um dos dez estados da Asean a eliminar a tortura, as detenções arbitrárias e outros tipos de abusos dos direitos humanos, cujo respeito nunca foi uma prioridade da organização, desde que nasceu em 1967 pelas mãos de Filipinas, Indonésia, Malásia, Cingapura e Tailândia para frear a expansão do comunismo no Sudeste Asiático.
A Asean estacionou a defesa institucional dos direitos humanos quando Brunei se uniu à organização regional e durante a década de 1990 passaram também a fazer parte desta os regimes socialistas de Vietnã e Laos, assim como a militarizada Mianmar e Camboja, que emergia após mais de 30 anos de guerra civil.
Segundo a Asean, a declaração contribuirá para robustecer os valores democráticos nos países desta organização, que aplica o princípio da 'não ingerência' nos assuntos internos de cada um de seus membros, o que, de acordo com os analistas, facilita que os governos cometam abusos com impunidade.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navanethem Pillay, considerou nesta semana na Indonésia durante sua viagem pela região que o conteúdo da declaração redigida pela Asean era insuficiente e instou os países do grupo a adiar a aprovação a fim de melhorar o texto.
Também antes da cúpula, organizações não-governamentais, entre estas a Federação Internacional de Direitos Humanos, Human Rights Watch e Anistia Internacional, pediram à Asean que postergasse a aprovação da declaração argumentando que esta descumpre os padrões internacionais.
Segundo estas organizações a declaração elaborada pela Comissão Intergovernamental da Asean limita os direitos humanos dos cidadãos em relação aos seus 'deveres', assim como com os contextos políticos e religiosos dos países ou questões de segurança e moral nacionais.
A ONU e as ONGs também criticaram o processo pela falta de participação das associações civis e pelo segredo em torno das negociações para a redação da minuta.
A Asean se colocou em 1993 a necessidade de contar com algum tipo de mecanismo de direitos humanos, mas não foi até 14 anos depois quando criou um organismo específico com o estabelecimento de uma nova carta de fundação do grupo que vislumbra uma integração parecida com a europeia.
Este bloco regional criado em 1967 integra países com sistemas políticos e sociedades muito diversss, como os comunistas do Vietnã e Laos, o sultanato de Brunei ou as democracias autoritárias e Camboja e Cingapura.
Outros membros são Mianmar, ex-regime militar em processo de reformas, Indonésia, Filipinas, Malásia e Tailândia.
Juntos formam uma comunidade de mais de 600 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de mais de US$ 1,7 trilhão.
A aprovação da declaração, que diz que 'os direitos humanos devem ser considerados levando em conta o diferente contexto político, legal, social, cultural, histórico e religioso', segue à criação da Comissão Intergovernamental de Direitos Humanos da Asean em 2009.