Segundo o presídio, Strauss-Kahn tem uma cela individual e não terá contato com outros presos (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2011 às 11h59.
Nova York - O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, que era o favorito como candidato do Partido Socialista francês para a eleição presidencial de 2012, acusado de tentativa de estupro contra uma funcionária de um hotel em Nova York, passou a primeira noite na prisão de Rikers Island, para onde foi levado depois que uma juíza negou o pedido de fiança.
Strauss-Kahn, 62 anos, foi levado ao enorme presídio onde tem uma cela individual e não terá contato com outros presos, afirmou um porta-voz da penitenciária.
"Ele não estará em contato com os outros presos. Isso não quer dizer que estará sempre na cela, na verdade ele será acompanhado por um guarda sempre que sair", explicou o porta-voz.
Strauss-Kahn, preso no sábado a bordo de um avião da Air France que decolaria para a França, nega as acusações, mas a juíza Melissa Jackson rejeitou o pedido de liberação sob fiança de um milhão de dólares, como propôs o advogado do diretor-gerente do FMI.
A juíza alegou risco de fuga e ordenou que Strauss-Kahn permanecesse preso até sexta-feira, 20 de maio, quando acontecerá a próxima audiência.
Os procuradores acusam Strauss-Kahn de sete delitos, entre eles violência sexual, tentativa de estupro e cárcere privado, após a denúncia da camareira de 32 anos.
O ato criminoso de violência sexual se refere ao sexo oral. De acordo com a legislação penal dos EUA, estupro corresponde apenas quando há penetração vaginal forçada.
Strauss-Kahn "nega as acusações", anunciou Benjamin Brafman, um dos advogados de defesa.
"A lei estabelece uma premissa de inocência", acrescentou o advogado que diz que Strauss-Kahn tem uma "linha de defesa forte" e "no fim, o mais provável, é que ele seja declarado inocente".
"É importante entender que esta batalha apenas começou. A intenção de Strauss-Kahn é limpar seu nome e a sua reputação", concluiu o advogado.
A prisão e a acusação do diretor do FMI abalaram todo o cenário político francês um ano antes da eleição presidencial em que Strauss-Kahn era o provável candidato do Partido Socialista e o favorito nas pesquisas.
Ainda não se sabe se haverá alguma mudança no FMI. Na reunião do Conselho de Administração desta segunda-feira, o fundo anunciou que não tomou nenhuma decisão quanto ao futuro de Strauss-Kahn.
O americano John Lispky, suplente de Strauss-Kahn, está assumindo temporariamente o comando da instituição.