Sobrevivente de Chernobyl vê tempos difíceis em Fukushima
Pavel Vdovichenko acredita que japoneses vão enfrentar problemas tanto na saúde como nos setores econômico e social
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 08h40.
Tóquio - Um sobrevivente de Chernobyl, que visita o Japão por ocasião dos 25 anos da catástrofe nuclear ucraniana, prevê tempos difíceis tanto no plano da saúde como nos setores econômico e social para as pessoas que vivem perto da central nuclear de Fukushima.
"O acidente em Fukushima é irmão gêmeo de Chernobyl", afirmou Pavel Vdovichenko, um russo de 59 anos que, em 1986, vivia a 180 km da central de Chernobyl, em Briansk, uma das zonas mais afetadas.
Quando aceitou, há alguns meses, o convite das organizações antinucleares japonesas de visitar o Japão justamente por ocasião do 25o. aniversário de Chernobyl, Vdovichenko jamais imaginou que teria de falar de outro desastre nuclear, dessa vez causado pelo terremoto seguido de tsunami registrado em 11 de março.
"As pessoas (de Chernobyl) tiveram que enfrentar o colapso da economia. As empresas quebraram, a agricultura acabou e não houve mais trabalho", explicou o ex-professor de História, que fundou uma associação de ajuda às vítimas.
Ele enfatizou, no entanto, que o principal problema resultante da tragégia diz respeito à saúde. "Muita gente de Chernobyl teve câncer depois do acidente. A mesma coisa pode acontecer em Fukushima", lamentou.
Vinte e cinco anos depois da explosão de um reator na central de Chernobyl, o balanço sanitário continua provocando vivos debates.
Vdovichenko chamou a atenção ainda sobre a delicada questão da discriminação. "Depois de Chernobyl, ninguém queria se aproximar das pessoas que viviam nas zonas contaminadas", contou, citando o exemplo de estudantes que eram obrigados a ficar separados dos outros.
O mesmo tipo de problema já está acontecendo no Japão em relação aos 80.000 evacuados em um raio de 20 km ao redor da central nuclear de Fukushima Daiichi (No. 1).
"As vítimas de Chernobyl y Fukushima devem trabalhar juntas para que jamais aconteça outro desastre nuclear", conclui o militante russo.
O governo japonês enfatizou mais uma vez nesta terça-feira que os acidentes nucleares registrados em Chernobyl e Fukushima são "de natureza diferente".
"Está claro que os dois casos são de natureza diferente", declarou Yukio Edano, porta-voz do governo japonês.
"A quantidade radioativa que escapou (em Fukushima) é aproximadamente um décimo do que escapou em Chernobyl", insistiu.
Em várias ocasiões, a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) enfatizou que o acidente de Fukushima era muito diferente do de Chernobyl, principalmente no que diz respeito ao nível das emissões radioativas.
Chernobyl e Fukushima, no entanto, foram classificados como desastres de mesmo nível - o mais alto - na Escala de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES), embora sua natureza seja diferente, em particular em relação à quantidade de emissões radioativas, calculada dez vezes menor no caso da central japonesa.
O mundo recorda nesta terça-feira os 25 anos da catástrofe de Chernobyl. O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e o da Rússia, Dimitri Medvedev, se reuniram no prédio da central nuclear ucraniana para recordar a tragédia.
Tóquio - Um sobrevivente de Chernobyl, que visita o Japão por ocasião dos 25 anos da catástrofe nuclear ucraniana, prevê tempos difíceis tanto no plano da saúde como nos setores econômico e social para as pessoas que vivem perto da central nuclear de Fukushima.
"O acidente em Fukushima é irmão gêmeo de Chernobyl", afirmou Pavel Vdovichenko, um russo de 59 anos que, em 1986, vivia a 180 km da central de Chernobyl, em Briansk, uma das zonas mais afetadas.
Quando aceitou, há alguns meses, o convite das organizações antinucleares japonesas de visitar o Japão justamente por ocasião do 25o. aniversário de Chernobyl, Vdovichenko jamais imaginou que teria de falar de outro desastre nuclear, dessa vez causado pelo terremoto seguido de tsunami registrado em 11 de março.
"As pessoas (de Chernobyl) tiveram que enfrentar o colapso da economia. As empresas quebraram, a agricultura acabou e não houve mais trabalho", explicou o ex-professor de História, que fundou uma associação de ajuda às vítimas.
Ele enfatizou, no entanto, que o principal problema resultante da tragégia diz respeito à saúde. "Muita gente de Chernobyl teve câncer depois do acidente. A mesma coisa pode acontecer em Fukushima", lamentou.
Vinte e cinco anos depois da explosão de um reator na central de Chernobyl, o balanço sanitário continua provocando vivos debates.
Vdovichenko chamou a atenção ainda sobre a delicada questão da discriminação. "Depois de Chernobyl, ninguém queria se aproximar das pessoas que viviam nas zonas contaminadas", contou, citando o exemplo de estudantes que eram obrigados a ficar separados dos outros.
O mesmo tipo de problema já está acontecendo no Japão em relação aos 80.000 evacuados em um raio de 20 km ao redor da central nuclear de Fukushima Daiichi (No. 1).
"As vítimas de Chernobyl y Fukushima devem trabalhar juntas para que jamais aconteça outro desastre nuclear", conclui o militante russo.
O governo japonês enfatizou mais uma vez nesta terça-feira que os acidentes nucleares registrados em Chernobyl e Fukushima são "de natureza diferente".
"Está claro que os dois casos são de natureza diferente", declarou Yukio Edano, porta-voz do governo japonês.
"A quantidade radioativa que escapou (em Fukushima) é aproximadamente um décimo do que escapou em Chernobyl", insistiu.
Em várias ocasiões, a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) enfatizou que o acidente de Fukushima era muito diferente do de Chernobyl, principalmente no que diz respeito ao nível das emissões radioativas.
Chernobyl e Fukushima, no entanto, foram classificados como desastres de mesmo nível - o mais alto - na Escala de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES), embora sua natureza seja diferente, em particular em relação à quantidade de emissões radioativas, calculada dez vezes menor no caso da central japonesa.
O mundo recorda nesta terça-feira os 25 anos da catástrofe de Chernobyl. O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e o da Rússia, Dimitri Medvedev, se reuniram no prédio da central nuclear ucraniana para recordar a tragédia.