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Sobrevivente da Primavera Árabe, rei morre aos 90 anos

Rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud chegou ao trono em 2005 e passou incólume pela Primavera Árabe, que questionou regimes totalitários

O rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud, que morreu aos 90 anos (Zainal Abd Halim/Files/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 21h57.

Cairo - O rei da Arábia Saudita , Abdullah bin Abdul Aziz Al Saud, morreu nesta quinta-feira em Riad aos 90 anos vítima de uma pneumonia que lhe dificultava a respiração.

Abdul Aziz, que chegou ao trono em 2005 após a morte de seu meio-irmão, o rei Fahd, passou incólume em 2011 pela Primavera Árabe que pôs em xeque os regimes totalitários de vários países da região.

Em 2014, não duvidou em unir-se à coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo radical Estado Islâmico na Síria e Iraque, onde conseguiu controlar vastos territórios nos quais tenta impor sua particular interpretação da lei islâmica.

Em questões religiosas, Abdul Aziz foi o único da família Saud de quem se conhecem contatos com a oposição fundamentalista, embora tenha exercido uma política dura com os militantes islâmicos.

O rei falecido se destacou por seu incondicional apoio ao golpe de estado no Egito em 3 de julho de 2013, protagonizado pelo então ministro da Defesa, o general Abdel Fatah al Sisi, contra o presidente Mohammed Mursi, dirigente da Irmandade Muçulmana.

Abdul Aziz era filho do rei Saud, o mesmo pai do rei Fahd, embora de mãe diferente.

Segundo a legislação saudita, Abdul Aziz será substituído pelo príncipe herdeiro, Salman bin Abdul Aziz Al Saud, nascido em 1935 e que até agora ocupava os cargos de vice-primeiro-ministro e titular da Defesa.

Em 1962, Abdul Aziz foi nomeado chefe da Guarda Nacional e iniciou uma tarefa de reorganização e modernização do exército.

Em 1975 foi designado pelo rei Khaled (irmão do rei Fahd) segundo vice-presidente do Conselho de Ministros, cargo do qual presidiu em algumas ocasiões o Conselho e que se acrescentava a suas responsabilidades como chefe da Guarda Nacional.

Em 1982 o rei Fahd lhe designou príncipe herdeiro e lhe nomeou por real decreto vice-presidente do Conselho de Ministros.

Abdul Aziz desempenhou um destacado papel na resolução de divergências entre os Estados árabes e em seus esforços para aproximá-los.

Em 1º de janeiro de 1996, o rei Fahd lhe cedeu o controle dos assuntos de Estado mediante um decreto, um mês após ser hospitalizado por um derrame cerebral.

Com esta decisão, o rei Fahd repassava interinamente a seu meio-irmão o cargo de vice-presidente, já que o monarca ocupa, além disso, esse posto e preside a reunião semanal do gabinete saudita.

Em política externa, Abdul Aziz estreitou as relações com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos, apesar da oposição de alguns membros da família real.

Em maio de 1999 iniciou uma viagem por países árabes da África, Europa e Ásia com o objetivo de fortalecer suas relações.

Um mês depois empreendeu uma viagem pelo Oriente Médio que começou na Síria e que foi seu segundo maior giro internacional em menos de um ano, depois do que realizou em setembro e outubro de 1998 por Reino Unido, França, Estados Unidos, Japão, China, Coreia do Sul e Paquistão.

Em fevereiro do ano seguinte iniciou outra viagem pelo Oriente Médio para obter apoios para realizar uma cúpula árabe.

Em fevereiro de 2002 foi o artífice de um plano pelo qual o mundo árabe reconheceria e normalizaria suas relações com Israel sob a condição que esse país evacuasse os territórios da Cisjordânia e de Gaza, que ocupou militarmente na guerra de 1967, para a proclamação nele de um Estado palestino com capital em Jerusalém Oriental.

Se tratava da segunda proposta de paz da Arábia Saudita desde 1981, quando o rei Fahd propôs à Liga Árabe, embora sem maior êxito, o reconhecimento de Israel.

No entanto, meses depois este plano fracassou ao ser rejeitado por Israel, e também perante a ausência de seus principais líderes na cúpula da Liga Árabe de Beirute.

Em abril de 2002 viajou aos Estados Unidos onde se reuniu com o presidente George Bush, a quem pediu uma firme atuação para que Israel retirasse suas tropas da Palestina.

Em junho de 2003 promoveu um simpósio de diálogo nacional no qual participaram pela primeira vez representantes da minoria muçulmana xiita até então marginalizada da atividade política.

Depois da morte do rei Fahd em 1º de agosto de 2005 foi designado novo rei, após receber a 'Mubaia', uma tradição que provém da época do profeta Maomé e na qual o povo expressa seu apoio a seus novos governantes.

Em novembro de 2010 viajou aos Estados Unidos para submeter-se a exames médicos por um coágulo causado por uma hérnia de disco.

Em 18 de junho de 2012 o rei designou seu meio-irmão, o príncipe Salman, herdeiro ao trono saudita após a morte dias antes do príncipe Nayef.

Dois anos mais tarde, em 27 de março de 2014, o monarca assinou outro real decreto pelo qual designou como futuro príncipe herdeiro seu outro meio-irmão, Moqren, com o que este se posiciona como segundo na linha sucessória depois de Salman. EFE

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Em 2014, não duvidou em unir-se à coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o grupo radical Estado Islâmico na Síria e Iraque, onde conseguiu controlar vastos territórios nos quais tenta impor sua particular interpretação da lei islâmica.

Em questões religiosas, Abdul Aziz foi o único da família Saud de quem se conhecem contatos com a oposição fundamentalista, embora tenha exercido uma política dura com os militantes islâmicos.

O rei falecido se destacou por seu incondicional apoio ao golpe de estado no Egito em 3 de julho de 2013, protagonizado pelo então ministro da Defesa, o general Abdel Fatah al Sisi, contra o presidente Mohammed Mursi, dirigente da Irmandade Muçulmana.

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Segundo a legislação saudita, Abdul Aziz será substituído pelo príncipe herdeiro, Salman bin Abdul Aziz Al Saud, nascido em 1935 e que até agora ocupava os cargos de vice-primeiro-ministro e titular da Defesa.

Em 1962, Abdul Aziz foi nomeado chefe da Guarda Nacional e iniciou uma tarefa de reorganização e modernização do exército.

Em 1975 foi designado pelo rei Khaled (irmão do rei Fahd) segundo vice-presidente do Conselho de Ministros, cargo do qual presidiu em algumas ocasiões o Conselho e que se acrescentava a suas responsabilidades como chefe da Guarda Nacional.

Em 1982 o rei Fahd lhe designou príncipe herdeiro e lhe nomeou por real decreto vice-presidente do Conselho de Ministros.

Abdul Aziz desempenhou um destacado papel na resolução de divergências entre os Estados árabes e em seus esforços para aproximá-los.

Em 1º de janeiro de 1996, o rei Fahd lhe cedeu o controle dos assuntos de Estado mediante um decreto, um mês após ser hospitalizado por um derrame cerebral.

Com esta decisão, o rei Fahd repassava interinamente a seu meio-irmão o cargo de vice-presidente, já que o monarca ocupa, além disso, esse posto e preside a reunião semanal do gabinete saudita.

Em política externa, Abdul Aziz estreitou as relações com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos, apesar da oposição de alguns membros da família real.

Em maio de 1999 iniciou uma viagem por países árabes da África, Europa e Ásia com o objetivo de fortalecer suas relações.

Um mês depois empreendeu uma viagem pelo Oriente Médio que começou na Síria e que foi seu segundo maior giro internacional em menos de um ano, depois do que realizou em setembro e outubro de 1998 por Reino Unido, França, Estados Unidos, Japão, China, Coreia do Sul e Paquistão.

Em fevereiro do ano seguinte iniciou outra viagem pelo Oriente Médio para obter apoios para realizar uma cúpula árabe.

Em fevereiro de 2002 foi o artífice de um plano pelo qual o mundo árabe reconheceria e normalizaria suas relações com Israel sob a condição que esse país evacuasse os territórios da Cisjordânia e de Gaza, que ocupou militarmente na guerra de 1967, para a proclamação nele de um Estado palestino com capital em Jerusalém Oriental.

Se tratava da segunda proposta de paz da Arábia Saudita desde 1981, quando o rei Fahd propôs à Liga Árabe, embora sem maior êxito, o reconhecimento de Israel.

No entanto, meses depois este plano fracassou ao ser rejeitado por Israel, e também perante a ausência de seus principais líderes na cúpula da Liga Árabe de Beirute.

Em abril de 2002 viajou aos Estados Unidos onde se reuniu com o presidente George Bush, a quem pediu uma firme atuação para que Israel retirasse suas tropas da Palestina.

Em junho de 2003 promoveu um simpósio de diálogo nacional no qual participaram pela primeira vez representantes da minoria muçulmana xiita até então marginalizada da atividade política.

Depois da morte do rei Fahd em 1º de agosto de 2005 foi designado novo rei, após receber a 'Mubaia', uma tradição que provém da época do profeta Maomé e na qual o povo expressa seu apoio a seus novos governantes.

Em novembro de 2010 viajou aos Estados Unidos para submeter-se a exames médicos por um coágulo causado por uma hérnia de disco.

Em 18 de junho de 2012 o rei designou seu meio-irmão, o príncipe Salman, herdeiro ao trono saudita após a morte dias antes do príncipe Nayef.

Dois anos mais tarde, em 27 de março de 2014, o monarca assinou outro real decreto pelo qual designou como futuro príncipe herdeiro seu outro meio-irmão, Moqren, com o que este se posiciona como segundo na linha sucessória depois de Salman. EFE

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