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Sob pressão, Merkel faz aposta cautelosa na Grécia

Chanceler alemã disse que o país está tentando evitar uma moratória grega, mas não pode descartá-la

Angela Merkel fala durante cerimônia na cidade de Karlsruhe (Ralph Orlowski/Reuters)

Angela Merkel fala durante cerimônia na cidade de Karlsruhe (Ralph Orlowski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2011 às 14h32.

Berlim - A chanceler Angela Merkel trabalhava para dissipar a revolta dentro seu governo nesta quarta-feira, aliviando temores sobre a participação da Alemanha na ajuda para a Grécia, mas admitindo sua preocupação com aqueles que estão prontos para humilhá-la em uma votação no Parlamento.

"Nós estamos tentando evitar uma insolvência grega. Mas eu não posso descartá-la", disse a tradicionalmente cautelosa chanceler à sua coalizão, segundo o jornal Bild -- assegurando-os de que aprovar o novo resgate da União Europeia para Atenas não será em vão, mas aceitando também que o dinheiro dos contribuintes alemães pode ser perdido.

Diante da votação na Câmara Baixa do Parlamento na quinta-feira, quando Merkel pode ser obrigada a depender do apoio da oposição de centro-esquerda, os políticos presentes disseram que a chanceler insistiu que o risco de um calote da dívida da Grécia --comentado cada vez mais entre autoridades alemãs-- é de "quase zero".

Mas, apesar das garantias feitas em público e a portas fechadas, o Bild ainda usou a manchete: "Governo secretamente espera a bancarrota grega".

Em outro comentário reconhecendo as preocupações da Alemanha, Merkel disse à TV grega na noite de terça-feira que os termos do segundo pacote de resgate à Grécia podem ser renegociados, dependendo da capacidade de Atenas cumprir as metas de reforma.

Embora não seja explícita, como de costume, a declaração foi interpretada por muitos como uma aceitação de que o dinheiro alemão pode não ser liberado se a Grécia não fizer os cortes orçamentários prometidos para ajudar a pagar suas dívidas.

"Com tais comentários, Merkel quer manter suas opções em aberto", disse Holger Schmieding, economista do banco Berenberg.

Sua abordagem cautelosa, equilibrando interesses conflituosos, gerou críticas no exterior e dentro da Alemanha, onde ela tem sido acusada de indecisão, tanto pela oposição quanto por dissidentes de seu partido de centro-direita União Democrata Cristã (CDU) --sigla que ela lidera há 11 anos.

Com 330 assentos na Câmara de 620, Merkel não pode ter mais de 19 dissidentes para ter a maioria necessária de 311 sem depender do Partido Social Democrata (SPD) e dos Verdes, que garantiram seu apoio à lei do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF).

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