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Snowden diz que EUA espionam China e Hong Kong há anos

A nova denuncia de Snowden vem à tona após um período de mútuas acusações de ciberespionagem entre Washington e Pequim

Hoje, Snowden não só assegurou que os EUA espionam a China, mas garantiu que fontes de confiança lhe confirmaram que Washington "está intimidando Hong Kong para que me extradite" (The Guardian via Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 18h07.

Pequim - Edward Snowden, principal responsável pelo vazamento do programa de vigilância de comunicações dos Estados Unidos , disse nesta quarta-feira que o governo americano espiona China e Hong Kong há vários anos.

Snowden, que tem seu paradeiro desconhecido desde que deixou o hotel em que se hospedava em Hong Kong na última segunda-feira, fez essas declarações em uma entrevista exclusiva ao jornal local "South China Morning Post" (SCMP) realizada em um lugar secreto da ilha.

O site do jornal, que apresenta dificuldades incomuns para ser aberto e eventualmente exibe uma mensagem que indica "problemas técnicos", publicou a entrevista em distintas partes.

A nova denuncia de Snowden vem à tona após um período de mútuas acusações de ciberespionagem entre Washington e Pequim, tendo em vista que este foi um dos temas prioritários da agenda americana no recente encontro entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o chinês, Xi Jinping, realizado na Califórnia.

As primeiras revelações, que Snowden ofereceu com exclusividade aos jornais "The Washington Post" e "The Guardian", coincidiram exatamente com o começo da cúpula entre os líderes, nos últimos dias 7 e 8.

Alguns analistas consideraram que o vazamento de Snowden diminuiu autoridade de Washington na hora de repreender Pequim por suas supostas atividades de espionagem cibernética, denunciadas por várias fontes americanas, entre elas o próprio Pentágono.

Hoje, Snowden não só assegurou que os EUA espionam a China, mas garantiu que fontes de confiança lhe confirmaram que Washington "está intimidando Hong Kong para que me extradite".


O governo dos EUA "faria o que fosse preciso para impedir que eu divulgue mais informação", ressaltou. Hong Kong tem um tratado de extradição com o governo americano, que Washington poderia utilizar para que Snowden retornasse ao país.

No entanto, não há informação de que os EUA tenham enviado uma ordem de extradição, embora Washington tenha declarado que já está realizando uma investigação, verificando a residência de Snowden e interrogando seus amigos e familiares.

Snowden, que na entrevista comentou que não se "atreveu" a ligar para ninguém próximo, poderia optar por apelar à ordem de extradição ou por pedir o status de refugiado no escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Hong Kong.

Em caso de extradição, Pequim poderia decidir intervir, mas não está claro sob que grau de autoridade.

Na entrevista, Snowden, que trabalhou como técnico para a Agência de Inteligência Americana (CIA) e a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), se define como "apenas um americano: nem herói nem traidor".

Sobre sua decisão de optar por Hong Kong como refúgio, o que foi muito questionado pela condição da ilha de região administrativa especial da China, afirmou: "As pessoas que pensam que cometi um erro elegendo Hong Kong como destino interpretaram mal minhas intenções".

O informático, que chegou à ilha no último dia 20 de maio, acrescentou que teve "várias oportunidades de fugir de Hong Kong", mas que se sente seguro na cidade e prefere ficar e "lutar contra o governo dos EUA em um julgamento".

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Pequim - Edward Snowden, principal responsável pelo vazamento do programa de vigilância de comunicações dos Estados Unidos , disse nesta quarta-feira que o governo americano espiona China e Hong Kong há vários anos.

Snowden, que tem seu paradeiro desconhecido desde que deixou o hotel em que se hospedava em Hong Kong na última segunda-feira, fez essas declarações em uma entrevista exclusiva ao jornal local "South China Morning Post" (SCMP) realizada em um lugar secreto da ilha.

O site do jornal, que apresenta dificuldades incomuns para ser aberto e eventualmente exibe uma mensagem que indica "problemas técnicos", publicou a entrevista em distintas partes.

A nova denuncia de Snowden vem à tona após um período de mútuas acusações de ciberespionagem entre Washington e Pequim, tendo em vista que este foi um dos temas prioritários da agenda americana no recente encontro entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e o chinês, Xi Jinping, realizado na Califórnia.

As primeiras revelações, que Snowden ofereceu com exclusividade aos jornais "The Washington Post" e "The Guardian", coincidiram exatamente com o começo da cúpula entre os líderes, nos últimos dias 7 e 8.

Alguns analistas consideraram que o vazamento de Snowden diminuiu autoridade de Washington na hora de repreender Pequim por suas supostas atividades de espionagem cibernética, denunciadas por várias fontes americanas, entre elas o próprio Pentágono.

Hoje, Snowden não só assegurou que os EUA espionam a China, mas garantiu que fontes de confiança lhe confirmaram que Washington "está intimidando Hong Kong para que me extradite".


O governo dos EUA "faria o que fosse preciso para impedir que eu divulgue mais informação", ressaltou. Hong Kong tem um tratado de extradição com o governo americano, que Washington poderia utilizar para que Snowden retornasse ao país.

No entanto, não há informação de que os EUA tenham enviado uma ordem de extradição, embora Washington tenha declarado que já está realizando uma investigação, verificando a residência de Snowden e interrogando seus amigos e familiares.

Snowden, que na entrevista comentou que não se "atreveu" a ligar para ninguém próximo, poderia optar por apelar à ordem de extradição ou por pedir o status de refugiado no escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em Hong Kong.

Em caso de extradição, Pequim poderia decidir intervir, mas não está claro sob que grau de autoridade.

Na entrevista, Snowden, que trabalhou como técnico para a Agência de Inteligência Americana (CIA) e a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), se define como "apenas um americano: nem herói nem traidor".

Sobre sua decisão de optar por Hong Kong como refúgio, o que foi muito questionado pela condição da ilha de região administrativa especial da China, afirmou: "As pessoas que pensam que cometi um erro elegendo Hong Kong como destino interpretaram mal minhas intenções".

O informático, que chegou à ilha no último dia 20 de maio, acrescentou que teve "várias oportunidades de fugir de Hong Kong", mas que se sente seguro na cidade e prefere ficar e "lutar contra o governo dos EUA em um julgamento".

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