A visita à usina nuclear tinha como objetivo determinar se a instalação corria risco após a destruição da barragem de Kakhovka, no Rio Dnieper, cujas águas são usadas para resfriar os reatores (ANDREY BORODULIN/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 16 de junho de 2023 às 08h17.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse ontem que a situação da usina nuclear de Zaporizhzia, a maior da Europa, é grave, após a destruição de uma represa na região. Ele esteve no local e garantiu que medidas estão sendo tomadas para estabilizar a usina. Foi sua terceira visita à Zaporizhzia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
"Pode-se observar, de um lado, que a situação é grave", disse Grossi, após inspeção. "Paralelamente, estão sendo tomadas medidas para estabilizar a situação", acrescentou, sem dar mais detalhes.
A visita à usina nuclear tinha como objetivo determinar se a instalação corria risco após a destruição da barragem de Kakhovka, no Rio Dnieper, cujas águas são usadas para resfriar os reatores. Segundo ele, a central tem água suficiente, apesar do incidente.
Na terça-feira, Grossi se reuniu em Kiev com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, para discutir as preocupações sobre a usina, atualmente ocupada pela Rússia.
A AIEA expressou repetidamente suas preocupações com a instalação, uma das 10 maiores do mundo, em meio a temores de uma catástrofe nuclear. A agência tem funcionários trabalhando no local, que ainda é administrado por uma equipe ucraniana.
A usina foi alvo de múltiplos bombardeios pelos quais Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente e teve várias vezes cortada a ligação com a rede elétrica, gerando preocupações sobre sua segurança.
Na semana passada, a destruição da barragem, na região de Kherson, parcialmente ocupada pela Rússia, aumentou o risco de um acidente. A represa, localizada mais abaixo no Rio Dnieper, ajudou a manter a água em um reservatório que resfria os reatores de Zaporizhzia.
Cinco dos seis reatores estão desligados há meses, mas ela ainda precisa de energia e pessoal qualificado para operar os sistemas de refrigeração cruciais e outros recursos de segurança. A Ucrânia afirmou que espera desligar o último reator em funcionamento.