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Síria: rebeldes querem isolar exército no norte

Ainda nesta quarta-feira, a Síria rejeitou um pedido de trégua unilateral feita pelo secretário-geral da ONU Ban Ki-moon na véspera

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 15h00.

Sermine - Os rebeldes sírios procuram cortar as linhas de provisões do exército em Aleppo, enquanto as tropas do regime bombardeiam violentamente redutos rebeldes em Homs e sua província.

Ao mesmo tempo, a tensão parece alcançar seu auge entre Ancara e Damasco, após disparos sírios seguidos de respostas da Turquia. O comandante do Exército turco, general Necdet Özel, ameaçou a Síria com uma "resposta ainda mais forte".

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Ainda nesta quarta-feira, a Síria rejeitou um pedido de trégua unilateral feita pelo secretário-geral da ONU Ban Ki-moon na véspera.

"Dissemos a Ban Ki-moon que envie emissários até os Estados que têm influência sobre os grupos armados par que estes deem fim à violência", afirmou em um comunicado o porta-voz do ministério sírio das Relações Exteriores, Jihad Makdissi.

Após perder o controle de Maaret al-Noomane, o Exército enviou tanques para esta cidade situada na estrada entre Damasco e Aleppo, e que é passagem obrigatória para reforços.

As tropas ocupam parte dos 50 km de estrada entre Damasco e Maaret al-Noomane, para garantir a passagem dos tanques, segundo o centro de imprensa rebelde Sermine.

Os rebeldes tentaram impedir essa progressão, fazendo uso de foguetes e granadas. Três tanques foram atingidos, segundo a mesma fonte.


Mais ao sul, "os aviões do regime bombardearam violentamente Khan Cheikhoune para permitir que os reforços avançassem para Maaret al-Noomane", afirmou Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), relatando combates no terreno.

Khan Cheikhoune também está localizada na estrada Damasco-Aleppo, assim como Saraqeb, mais ao norte e já sob controle rebelde.

"Se os rebeldes, que já controlam Saraqeb e Maaret al-Noomane, tomarem Khan Cheikhoune, vão isolar totalmente as tropas do regime de Aleppo, porque os reforços não vão conseguir chegar", indicou Abdel Rahmane.

Em Homs, apelidada de "capital da revolução", o exército disparou obuses contra cidade velha e seus arredores, onde estão entrincheirados os rebeldes, segundo o OSDH.

"Homs pode ser declarada província segura nas próximas horas ou dias, depois do avanço do Exército em todas as avenidas da cidade e de sua província", afirmou o jornal Al Watan, deixando a entender que este poderia ser a ofensiva final.

"Nós estamos completamente cercados, não há escapatória", declarou à AFP um militante que mora na região.

Na sexta-feira passada, aviões militares do regime bombardearam pela primeira vez, desde o início da revolta, a área.


No leste do país, um jornalista do canal Al-Ijbariya, emissora oficial da Síria, morreu ao ser atingido por disparos "terroristas", anunciou a direção do canal.

Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, 13 jornalistas e 29 cidadãos-jornalistas morreram na Síria.

Em um clima de tensão extrema entre Ancara e Damasco, o comandante Ozel reiterou que se a Síria continuar com os disparos "nós responderemos de maneira ainda mais forte".

No dia 3 de outubro, cinco civis foram mortos no vilarejo de Akçakale (sudeste da Turquia), desde então, o exército turco responde a cada disparo contra seu território.

No plano político, o Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão de oposição, planeja se instalar em uma região muito próxima da Síria controlada pela rebelião, afirmou à AFP um de seus líderes.

Na Jordânia, os Estados Unidos enviaram 150 militares para ajudar a controlar a entrada de refugiado, e que também estão prontos caso o regime perca o controle de suas armas químicas, de acordo com um oficial americano.

Segundo Ban ki-moon, o emissário internacional Lakhdar Brahimi deve viajar em breve para a Síria, onde ao menos 32.000 pessoas foram mortas em quase 19 meses de conflito, de acordo com o OSDH. Nesta quarta-feira, mais 50 pessoas morreram, segundo um balanço provisório.

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