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Síria nega plano de usar armas químicas

Anúncio veio como resposta aos Estados Unidos, que alertaram que tomariam medidas contra qualquer escalada desse tipo


	Declaração veio em meio a relatos da mídia de que as armas químicas da Síria foram deslocadas e podem estar preparadas para uso
 (REUTERS)

Declaração veio em meio a relatos da mídia de que as armas químicas da Síria foram deslocadas e podem estar preparadas para uso (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 12h55.

Beirute - A Síria informou nesta segunda-feira que não iria usar armas químicas contra seu próprio povo, depois que os Estados Unidos alertaram que tomariam medidas contra qualquer escalada desse tipo.

A declaração veio em meio a relatos da mídia, citando autoridades europeias e norte-americanas, de que as armas químicas da Síria foram deslocadas e podem estar preparadas para uso em resposta aos ganhos dramáticos por rebeldes que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad.

"A Síria tem destacado repetidamente que não vai usar estes tipos de armas, se estivessem disponíveis, sob quaisquer circunstâncias contra seu povo", disse o Ministério de Relações Exteriores.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, havia avisado mais cedo que Washington iria tomar medidas se a Síria usasse essas armas.

"Eu não vou telegrafar as especificidades do que fazemos em caso de provas críveis de que o regime de Assad tem recorrido ao uso de armas químicas contra seu próprio povo, mas basta dizer que certamente estamos planejando tomar medidas, se essa eventualidade ocorresse", afirmou ela durante uma visita a Praga, nesta segunda-feira.

A oposição acredita que Assad, que elevou sua resposta aos ganhos rebeldes na revolta que já dura 20 meses, poderia recorrer a armas mais pesadas e alguns sugeriram que ele poderia usar armas químicas.

Os rebeldes começaram a avançar rapidamente nas últimas semanas, depois de meses de cercos lentos para cortar rotas do Exército e suprimentos.


Nas últimas semanas, eles apreenderam várias bases militares em todo o país, e um campo de petróleo e uma barragem hidrelétrica no nordeste. Rebeldes estão usando armas antiaéreas para atacar os helicópteros militares e aviões de combate que bombardearam as suas posições com impunidade até agora.

Bombardeio de Damasco

O foco principal do Exército nos últimos cinco dias tem sido Damasco, onde as forças de segurança estão confrontando os rebeldes com força e tentando isolar a capital dos subúrbios dominados por rebeldes.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ligado à oposição, disse que o Exército sírio estava tentando tomar Daraya, nos arredores a sul de Damasco, e estava atacando rebeldes com foguetes à medida que avançava em algumas partes da cidade.

Uma fonte de segurança da Síria disse que o Exército havia bloqueado três entradas para Daraya e estava otimista de que poderia tomar a cidade. Rebeldes afirmaram que seriam capazes de manter sua posição.

Outros ativistas relataram bombardeio pesado das cidades de Deir al-Asafir e Beit Saham, que estão perto da estrada que leva ao Aeroporto Internacional de Damasco, a cena de três dias de confrontos pesados que efetivamente fecharam o aeroporto.

A EgyptAir informou que havia retomado os voos após uma suspensão de três dias, dizendo que a situação em torno do aeroporto era agora estável. Todas as outras companhias aéreas contactadas disseram que seus voos permaneciam suspensos, citando preocupações por parte do pessoal local de que a estrada ainda era insegura.

O Observatório informou sobre bombardeios aéreos e de artilharia em várias cidades da Síria nesta segunda-feira. Um ataque aéreo sobre a cidade fronteiriça ao norte de Ras al-Ain, que matou pelo menos 12 pessoas e feriu mais de 30, levou a Turquia a enviar jatos de combate ao longo da fronteira.

Mais de 40.000 pessoas já morreram nos 20 meses de conflito, com mais centenas de mortos a cada semana.

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